Uma ação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público de São Paulo descobre um crime que pode se tornar um dos maiores escândalos no futebol brasileiro. Uma quadrilha formada por juízes e empresários vinha fraudando resultados de partidas de jogos dos Campeonatos Brasileiro e Paulista.
Os nomes de dois dos juízes envolvidos já vieram à tona: Edilson Pereira de Carvalho, que pertende à Federação Internacional de Futebol (Fifa) e Paulo José Danelon, ligado à Federação Paulista de Futebol. Dois bandeiras, da mesma federação, também estão sendo investigados sob suspeita de participação no esquema. A quadrilha já teria lucrado mais de 1 milhão de reais.
Os empresários são donos de bingos em São Paulo e Piracicaba (no interior paulista). Eles acertavam os resultados com Carvalho e depois lucravam em apostas milionárias em sites de jogatina na internet. A existência e o funcionamento desses sites no Brasil são proibidos.
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A polícia tem gravações telefônicas que mostram que Carvalho teria ''vendido'' ou tentando ''vender'' os resultados de muitas das 25 partidas que apitou desde janeiro deste ano, entre elas as copas Libertadores e Sul-Americana. O juiz receberia propinas que variavam de 10 a 15 mil reais por jogo.
Um dos empresários citados é o piloto de kart Nagib Fayad, de Piracicaba, apontado como um dos cabeças do esquema, que vem sendo chamado de ''máfia do apito'' pelos investigadores. Os sites onde as apostas eram feitas, Aebet e Futbet, de acordo com o Ministério Público, podem não estar envolvidos na fraude.
A Justiça deve decretar nos próximos dias a prisão dos dois juízes e de Nagib Fayad. Paulo Danelon, que já fazia parte da fraude, teria apresentado Carvalho para os empresários que comandam o esquema.
O artigo 275 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva determina que as partidas cujos resultados sofram alteração em consequência de má-fé do árbitro deverão ser anuladas. Nesse caso, o Campeonato Brasileiro sofreria uma mudança na sua tabela de classificação.