Secretário-geral da Fifa, o francês Jérôme Valcke negou nesta quarta-feira a possibilidade de sair do seu cargo, seguindo os passos de Joseph Blatter, o presidente da entidade, que na última terça anunciou a sua decisão de entregar o comando da organização e convocou novas eleições em meio a um escândalo de corrupção.
Além disso, Valcke negou ter cometido qualquer crime, embora ele seja acusado de ter autorizado a transferência de US$ 10 milhões para dirigentes do Caribe, o que foi entendido como uma propina paga em troca do voto na África do Sul no processo de escolha da África do Sul como sede da Copa do Mundo de 2010, numa transação que é alvo de investigação dos Estados Unidos.
"Não tenho nenhuma razão para dizer que devo deixar de ser secretário-geral, não tenho nenhuma responsabilidade", declarou Valcke em entrevista à radio France Info. "Eu sempre disse que era o secretário-geral de Joseph Blatter, haverá um novo presidente da Fifa no início de 2016 e normalmente um presidente escolhe seu secretário-geral", completou.
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Valcke também defendeu a transferência do valor, mas garantiu que não tinha poder para tomar essas decisões, que teriam sido validadas, segundo ele, por Julio Grondona, que está morto e presidia a Comissão de Finanças da Fifa. Documento divulgado pelo jornal The New York Times, porém, aponta que foi para Valcke que a Associação Sul-Africana de Futebol pediu que o dinheiro fosse repassado para Jack Warner.
"Em um momento determinado, após uma decisão do governo sul-africano, a Fifa recebeu uma carta solicitando a retirada do orçamento do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2010 de um montante de US$ 10 milhões para o Legado da Diáspora. Esses fundos deveriam ser controlados pelo presidente da Concacaf, Jack Warner, e enviado para as contas indicadas por Jack Warner", acrescentou. "Eu não tenho poder para autorizar um pagamento, muito menos um pagamento de US$ 10 milhões e que vêm de outra conta de fora da Fifa", completou Valcke.