A cleptomania é um transtorno caracterizado pela recorrência de impulsos para roubar objetos geralmente desnecessários para o uso pessoal ou sem valor monetário, e pela incapacidade recorrente de controlar esta ação. O transtorno deve ser sempre diferenciado dos atos de ladrões comuns, que muitas vezes querem se passar por doentes para não serem punidos.
Os cleptomaníacos comumente não roubam dinheiro, jóias ou coisas preciosas, e sim objetos inúteis, sendo que frequentemente têm plenas condições de realizarem o pagamento dos mesmos.
Este transtorno foi descrito há mais de dois séculos, e nos últimos anos tem aparecido na mídia na vida de pessoas ilustres, como no caso da atriz Winona Ryder, pega roubando roupas, ou do rabino Henry Sobel, flagrado furtando uma gravata.
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A pessoa não sente prazer pelo objeto em si, mas sim pelo ato de cometer o roubo. Após o sentimento de prazer, a pessoa reconhece o erro, não entende por que o fez e sente-se profundamente envergonhada, podendo desenvolver quadros depressivos. Tem semelhança com o transtorno obsessivo-compulsivo e principalmente com a bulimia, na qual há um arrependimento depois de um comer compulsivo, com provocação de vômito.
É mais frequente nas mulheres, podendo iniciar-se no final da adolescência. Mas não aparece muito, visto que as pessoas geralmente escondem tais problemas. Calcula-se que 5% dos roubos ocorram por esta causa.
O tratamento é indicado com terapia orientada ao insight e terapia cognitivo-comportamental, além do tratamento medicamentoso.
Luiz Paulo Garcia, psiquiatra