A saúde ocular sempre esteve sujeita a alterações causadas por diversos fatores, no entanto três deles são decisivos. O estilo de vida, o diagnóstico tardio e a falta de tratamento podem ser considerados as principais causas da cegueira, isso porque, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% de todas as causas de deficiência visual são preveníveis ou curáveis, dessa forma, a ausência de uma alimentação equilibrada e da prática de atividade física também são grandes responsáveis pela manutenção da visão.
Assim como podem influenciar negativamente, os hábitos alimentares também são armas que devem ser usadas na prevenção e controle de diversas enfermidades oculares, como o edema macular diabético, a degeneração macular da retina por idade e a oclusão da veia central da retina. A seguir concentramos mais informações sobre cada uma delas:
Edema Macular Diabético (EMD)
A doença é caracterizada pelo acúmulo de líquido na mácula, localizada na parte central da retina, o que leva à perda de visão gradual, mas de forma acelerada. "O edema macular diabético é o acúmulo de liquido na região central da retina devido ao aumento dos níveis de açúcar no sangue e que ocasiona a perda de acuidade visual de forma progressiva. Essa é uma consequência muito comum do diabetes descontrolado, e por isso sempre observamos o paciente diabético mais de perto", reforça o doutor Acácio Muralha Neto, Presidente da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo.
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De acordo com um levantamento da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), realizado em 2017, o Brasil ocupa a 4ª posição entre os países com maior prevalência de diabetes, isso quer dizer que 13,7 milhões de brasileiros estão mais suscetíveis ao risco de desenvolver o EMD.
Degeneração macular da retina relacionada a idade (DMRI)
É degeneração da mácula ocasionada pelo envelhecimento. Essa deterioração causa uma diminuição da visão com a presença de uma mancha central no campo de leitura. Segundo estimativas da Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), aproximadamente 3 milhões de brasileiros acima dos 65 anos sofrem com a DMRI. Pacientes que ao longo da vida se expuseram a uma grande quantidade de radiação solar, que levam uma dieta rica em gordura e são tabagistas também estão suscetíveis a alteração.
Oclusão da veia central da retina (OVCR)
No caso da OVCR, há uma interrupção no fluxo sanguíneo da principal veia responsável por alimentar a retina, o que pode causar hemorragias e alterações no fundo do olho, comprometendo o campo visual do indivíduo. É comum que a perda da visão seja repentina e em apenas um dos olhos. "Durante a avaliação clínica é muito comum ouvir que aquele paciente tem outras doenças crônicas como a alteração da pressão arterial ou diabetes, e é nesse momento que ele percebe a influência que os hábitos saudáveis podem impactar na capacidade de enxergar", informa o especialista.
A progressão da OVCR é fortemente induzida pela hipertensão e alto colesterol, mas a diabetes e o glaucoma também são fatores de risco importantes. A Sociedade Brasileira de Hipertensos (SBH) afirma que 33% da população é hipertensa, e, portanto, este grupo de pessoas estão na zona de riscos de desenvolver a OVCR.
Independentemente de qual for o distúrbio ocular, levar um estilo de vida saudável é essencial para a o controle e prevenção do agravamento dessas doenças. "A partir do momento em que o paciente é diagnosticado com o EMD ou a OVCR, por exemplo, é recomendado que haja uma mudança nos hábitos. Para isso, o acompanhamento com nutricionista e a prática de atividade física, além do encaminhamento para o especialista na doença crônica diagnosticada, são essenciais para o sucesso da administração dos distúrbios que estão contribuindo para a perda visual e, consequentemente, para a saúde ocular", explica Neto.
Quando o paciente é diagnosticado com alguma enfermidade, o tratamento indicado tem como função interromper a progressão da doença e restaurar, quando possível, a visão perdida. O uso de terapias como o Aflibercepte (EYLIA®, da Bayer), por exemplo, é uma forma de tratamento inovadora que previne a cegueira potencialmente desenvolvida pela EMD, DMRI e OVCR. O uso do medicamento se faz por meio de aplicações intraoculares que atuam diretamente na área afetada.