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Acredite: o estresse também pode ser bom

Eduardo Shinyashiki*
03 mai 2012 às 15:27

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- Reprodução
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Sempre que falamos em estresse pensamos em sensações negativas atreladas às mais variadas situações de adversidade, ou seja, ele é naturalmente relacionado a algo que faz mal à saúde. Porém, ao contrário do que muitos acreditam, o conceito criado pelo médico canadense Hans Selye é mais amplo. O estresse, em si, não é negativo ou positivo, adquirindo essa característica de acordo com a forma da pessoa vivenciar uma determinada situação. Por isso, temos o eustresse ("eu" do grego: bom, bonito) e o distresse ("dis" do grego: mal estado, defeito, dificuldade).

Então, o estresse também pode ser usado na perspectiva positiva, é o "estresse bom", necessário à vida e que se manifesta quando acontecem fatos construtivos e percebidos pelo indivíduo como interessantes, como por exemplo, uma promoção no trabalho que pode trazer mais responsabilidades, mas também mais satisfações.

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Ou como um atleta que vai participar de uma prova de 100 metros rasos, antes da competição seu organismo se prepara aumentando a atenção, força física e resistência necessária para se alcançar o objetivo no curto prazo. Em outras palavras, temos o 'eustresse' quando a experiência é desejada e nos proporciona uma sensação de bem-estar, causando sentimentos de satisfação e uma sensação de ter domínio do contexto.

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No entanto, o que mais conhecemos é o distresse, o "estresse negativo", aquele que provoca desequilíbrios emotivos e físicos, quando a sensação prevalente é a de que não conseguimos ter domínio do contexto e dos fatos.

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Isso acontece, por exemplo, nos momentos de uma demissão imprevista ou uma doença. Nos dias de hoje muito do "estresse negativo" é causado pela sensação de frustração que a vida moderna nos "obriga" a experimentar como reação às dificuldades, pressões e desafios que surgem aos seres humanos, em suas esferas pessoal e profissional.


Por isso, a maioria das pessoas vive em constante fase de resistências prolongada ao estresse, mesmo sem fatos de estresse agudo. Nessa contínua condição, o nosso organismo apresenta específicas reações químicas e físicas, como a sensação de "estou em perigo", e, muitas vezes, a pessoa reage em modo desproporcional e exagerado até mesmo a estímulos de estresse de pouca relevância. Nessa presença de estresse duradouro, encontramos profissionais reclamando que estão pilhados ao fim do expediente e nos finais de semanas, com a famosa agitação mental e falta de energia vital. O foco da pessoa permanece na dificuldade, no problema, no impasse e na adversidade.

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Busque momentos de prazer
Existem indivíduos que confundem a perda de energia com cansaço e acreditam que um fim de semana de sono poderá resolver tudo. Porém, vale lembrar que dormir nem sempre repõe a energia vital. A melhor solução para reconstituir o ânimo de viver é praticar simples atos que gerem momentos de prazer e participar de atividades lúdicas.


Todos têm condições de realizar ações naturais como andar com os pés no chão, tomar um banho de cachoeira, ou seja, coisas que quebram completamente a rotina e são capazes de proporcionar uma sensação de bem-estar. Valorize a simplicidade e as pequenas coisas da vida.

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Fuja do superficial e busque a sua verdadeira essência. Participar de atividades inocentes, e algumas vezes consideradas infantis, nos permite lidar com a vida de forma mais leve, transformando o distresse em eustresse.


Vale lembrar que as formas positivas e negativas de estresse sempre estarão presentes no cotidiano e todos nós temos condições de conduzir as situações para o melhor caminho. Uma das soluções é reverter as possíveis dificuldades através de atividades que proporcionarão momentos de plenitude. Na realidade, os fatos sempre têm relação com os significados pessoais e únicos, a diferença sempre é como vivenciamos as situações da nossa vida.

*Eduardo Shinyashiki é consultor e especialista em Desenvolvimento Humano


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