Realmente, isso é possível, principalmente por três fatores. O primeiro é a questão genética: durante quase toda a existência do ser humano, a capacidade de armazenar energia foi uma vantagem genética para a sobrevivência. Nos tempos em que a alimentação era escassa, a maior capacidade de armazenar energia na forma de gordura era vantagem evolutiva. Porém, nos últimos 50 anos, houve uma mudança drástica no mundo, graças aos avanços tecnológicos, aumentou-se a oferta de alimentos, a vantagem metabólica herdada geneticamente se tornou desvantagem e, como resultado, um metabolismo mais lento e favorável para o ganho de gordura.
O segundo fator importante, está relacionado a alteração da flora bacteriana intestinal. Existe no nosso intestino um equilíbrio entre as bactérias ''boas'' e ''ruins'', e a alimentação estilo fast food, o estresse e o uso exagerado de medicamentos e antibióticos podem alterar esse equilíbrio resultando em mais bactérias ''ruins'' do que as bactérias ''boas'' o que leva o intestino a absorver mais calorias em relação a outras pessoas.
O terceiro fator está relacionado com a deficiência hormonal. A partir dos 25 anos inicia-se a queda progressiva de alguns hormônios responsáveis pelo aumento do metabolismo, queima de gordura e aumento do tônus muscular. Entre esses podemos citar o hormônio do crescimento, a dehidroepiandrosterona, a testosterona e os hormônios tireoidianos - é por isso que à medida que envelhecemos fica ainda mais difícil perder peso e ganhar músculo.
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Vale lembrar que quanto maior a massa muscular, maior será a queima calórica em repouso, pois os músculos utilizam energia, diminuindo o armazenamento de gordura. Dos três fatores que citei, somente o fator genético ainda não é possível mudar; para o restante já existe tratamento eficaz.
Leonardo Higashi - Médico endocrinologista e ortomolecular