Não há nada mais tóxico em nossas vidas do que a culpa. Quando não nos perdoamos e não aprendemos a conviver com os nossos erros, corremos o risco de perder o melhor da vida. "Pode parecer mentira, mas muitos de nós impõem sofrimentos para si próprio, ou evitam tratar dores e doenças acreditando que elas são resultado de seus erros e, portanto, seriam merecidos", explica Sérgio Bastos Jr, fisioterapeuta da clínica Biointegral Saúde, que realiza um trabalho de Saúde Integrativa que busca as causas primárias de dores e doenças. Segundo ele, essa atitude de autoflagelo, mesmo que inconsciente, pode ser o estopim de uma vida sem alegria, sem objetivos e com muito sofrimento autoimposto.
A dica é: "trate seus medos, trabalhe suas culpas, aprenda a conviver com seus erros. Somos todos humanos e errar é uma premissa. Inclusive e até mesmo pela ciência, errar é considerada a melhor forma de aprender", relembra o especialista. Isso por que, na ciência, um acerto teve, antes, múltiplas tentativas, e esse tipo de ação é totalmente compatível com as maiores descobertas. Muitas delas, inclusive, surgiram de um erro. Um cálculo que não tinha sido pensado, uma combinação de fatores que foi feita por acaso. Algo que poderia ter sido um erro e foi, no final das contas, uma grande descoberta.
"Sem o erro, seguiríamos estáticos, sem ir em frente, esperando apenas pelos momentos seguros para agir, que são poucos. Na maior parte das vezes, teremos mesmo que seguir nossas ideias, nossos instintos, o que chamamos de feeling e que nada mais é do que estarmos sintonizados com o que fala diretamente aos nossos corações", afirma ele, que complementa: "e, mesmo assim, vamos errar. Ainda bem, porque saber o que não dá certo é o primeiro passo para começar a acertar".
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Aprender a conviver com os erros nos traz liberdade
"Quem quer acertar o tempo todo vive sob estresse e medo. Estresse porque se impõe a necessidade real de não errar jamais. No íntimo, sabendo ser impossível, vive diante da possibilidade do erro, o que provoca medo. O estresse e o medo são dois inimigos cruéis da estabilidade e do crescimento. Só temos o terreno fértil para plantar coisas boas na vida se nos sentimos relaxados e livres", lembra o especialista.
"Evitar o erro é estagnar. Por isso se diz que coragem não é a ausência do medo, mas é agir mesmo com medo. É ir lá e fazer, sabendo que há 50% de chances, sempre, de acertar. Se permitir é proporcionar uma vida mais tranquila e sem sobressaltos. E aprender a conviver com os erros é lidar da melhor forma com seus fracassos. Não deu certo? Tente novamente. E, se precisar, procure ajuda. Ninguém é obrigado a lidar com os próprios medos sozinho", finaliza Bastos.