Os testes em humanos de uma vacina brasileira contra a esquistossomose devem começar neste ano e uma empresa privada nacional se comprometeu a fabricar o imunizante inédito, se comprovada a segurança do produto. Os testes serão realizados pelo Instituto de Pesquisas Clínicas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Segundo a pesquisadora brasileira Miriam Tendler, chefe do laboratório de Esquistossomose Experimental da fundação e descobridora da proteína-base da vacina, caso o imunizante tenha sucesso, o Brasil entrará para o rol restrito de nações que conseguiram desenvolver por completo uma vacina.
A proteína foi fabricada com padrões de segurança americanos e os cientistas verificaram que é possível reproduzi-la em escala industrial. "O Brasil nunca consegue tirar o que cria da instituição de pesquisa e colocar no mercado. Espero que dê certo", disse a cientista, que se dedica há mais de 30 anos ao desenvolvimento da vacina, em parceria com outras instituições.
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A esquistossomose é uma doença parasitária, conhecida também como "barriga-d'água", associada ao contato com água habitada pelos caramujos hospedeiros do parasita. Estima-se que até 7 milhões de pessoas no Brasil estejam infectadas e 200 milhões no mundo. A proteína patenteada pela Fiocruz, órgão do governo federal, foi considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a mais promissora para a criação de um imunizante contra a doença. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.