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Riscos de uso

Brasileiro banaliza lente de contato

Redação Bonde
05 out 2010 às 17:07

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- Reprodução
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As embalagens de lentes de contato devem em breve incluir informações sobre os riscos do uso conforme recente recomendação do MFP (Ministério Público Federal) à ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). De acordo com oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, os principais são: infecção, ressecamento da lágrima, alergia, úlcera na córnea e até cegueira.

O especialista afirma que outro problema é a venda pela Internet, farmácias e ópticas sem prescrição médica. Isso porque, ressalta, a venda livre induz ao uso sem prescrição médica de pessoas que não são aptas e acabam fazendo a compra on line por causa do baixo preço. Antes do uso, explica, é necessário fazer uma completa avaliação oftalmológica que inclui utilização de lentes de teste, mesmo nos casos das coloridas sem grau

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A estimativa da SOBLEC (Sociedade Brasileira de Lentes de Contato) é de que 15% das pessoas com vícios de refração não conseguem se adaptar. Queiroz Neto explica que mesmo em quem não têm problemas de visão, a adaptação depende da ausência de doenças oculares, filme lacrimal, curvatura e relevo da córnea. Significa que nem todos podem usar. "Desde 2009 é considerado um procedimento médico pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), mas ainda é banalizado pela população por causa do fácil acesso", afirma.

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Estudo aponta erros mais freqüentes
Lente mal adaptada não é o único risco. Um estudo realizado por Queiroz Neto com 210 pacientes mostra que o uso além do prazo de validade ou durante a noite responde por 45% das complicações, alergias por 35%, contaminação por manutenção e armazenamento inadequados por 20%.

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O médico diz que mesmo as liberadas para uso noturno devem ser retiradas durante o sono porque à noite a produção de lágrima é menor. Já as lentes vencidas sofrem deformações. Por isso, nos dois casos a chance de contaminação e ulceração da córnea é 10 vezes maior.


Alergia é maior entre mulheres
Cosméticos e maquiagem usados na região dos olhos podem impregnar as lentes e causar alergia, mais comum entre mulheres, comenta. Para evitar, recomenda que a lente seja retirada antes da remoção da maquiagem e no contato acidental dos cosméticos com a mucosa ocular.

O depósito de proteínas nas lentes é outro fator que provoca reações alérgicas e contaminação. Em geral é decorrente da higiene inadequada. Um erro comum, assinala, é usar soro fisiológico na limpeza. "Além de irritar os olhos porque contém sal, o soro não tem conservante e por isso se torna um campo fértil para o crescimento de bactérias", afirma. Guardar lentes no banheiro, nem pensar. O médico diz que o ar dos banheiros contém muitos microorganismos e a umidade facilita a proliferação de fungos.


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