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Ignorância

Brasileiro confunde esclerose com doença de idoso

Redação Bonde
04 nov 2010 às 16:06

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- Reprodução
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Pesquisa realizada pelo Ibope com 1026 pessoas em todo o país comprovou o que os neurologistas já verificam nos consultórios ao diagnosticar a esclerose múltipla. Para 70% dos brasileiros, a doença neurológica que atinge duas mulheres para cada homem na fase mais produtiva da vida (entre 20 e 40 anos), ainda é confundida com a demência, (problema típico da terceira idade, caracterizado principalmente pela perda gradual de memória).

A pesquisa, realizada com apoio da Biogen Idec, companhia de biotecnologia líder em pesquisa e desenvolvimento de novas terapias para o tratamento da esclerose múltipla, revela também uma triste realidade: o desconhecimento e a falta de informação levando, muitas vezes, ao diagnóstico tardio de uma doença para qual o tempo é sempre um grande vilão no resultado do tratamento.

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"Sabemos que o paciente tenta vários médicos antes de ser encaminhado ao neurologista", explica Rodrigo Barbosa Thomaz, médico neurologista do CATEM (Centro de Atendimento e Tratamento da Esclerose Múltipla) da Santa Casa de São Paulo. "As dúvidas são muitas, principalmente em relação a como será a vida depois do diagnóstico", completa.

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A esclerose múltipla é uma doença crônica do sistema nervoso central, que provoca inflamação e destruição da bainha de mielina (estrutura que envolve o neurônio, facilitando a transmissão dos impulsos nervosos). O problema pode resultar em incapacidade física, fadiga e déficit cognitivo. No Brasil, estima-se que 30 mil pessoas convivam com a EM.

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Os principais sintomas da esclerose múltipla incluem: formigamento e/ou dormências nos braços ou pernas, alterações visuais, desequilíbrio, diminuição da força, urgência urinária e comprometimento cognitivo.


"O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento. A doença, em muitos casos, é progressiva, mas pode ser controlada. A maioria dos pacientes poderá viver por mais de 15 anos sem sintomas importantes, trabalhando ou estudando normalmente", explica Marcos Alvarenga, neurologista do Centro de Referência para o Tratamento da Esclerose Múltipla do Hospital da Lagoa, no Rio de Janeiro. "O diagnóstico de EM não é uma sentença de morte, pois a doença tem controle e tratamento com muitas das medicações já disponíveis pelo SUS", completa.

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Tratamento inclui novas tecnologias


Atualmente, os tratamentos disponíveis para esclerose múltipla são realizados principalmente com medicamentos que buscam controlar os sintomas da doença, evitando os surtos (quando o paciente tem, por exemplo, uma dormência nas mãos, pés ou dificuldade acentuada de mobilidade, com duração de mais que 24 horas). É o caso dos imunomoduladores, substâncias que atuam no sistema imunológico, regulando sua atividade inflamatória, inflamatório, caso do Avonex (betainterferona) e dos corticóides (estes últimos usados apenas nos momentos de surto da doença).

Mais recentemente, foi aprovado o Tysabri (Natalizumabe), primeiro anticorpo monoclonal (proteína produzida para reduzir a atividade inflamatória, bloqueando a entrada dos leucócitos no sistema nervoso central) para o tratamento da esclerose múltipla. O novo medicamento apresenta redução de 80% nos surtos e de novas lesões no cérebro provocadas pela evolução da doença. O Natalizumabe é aplicado uma vez a cada quatro semanas por via endovenosa contra os esquemas diários ou semanais dos imunomoduladores, outra facilidade importante para o tratamento (com Tino Projetos em Comunicação).


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