Foi descer do carro e sentiu que o quadril travou? Ou do nada percebeu aquela fisgada mais brusca? É importante ficar atento. Estes são alguns indícios do impacto femoroacetabular, doença que se caracteriza pelo contato anormal entre o fêmur e o acetábulo, como são denominados os ossos que formam a articulação do quadril.
Uma alteração no formato do osso leva a uma alteração biomecânica e a um impacto entre as duas estruturas ósseas. Esta lesão, apesar de pouco conhecida, tem sido cada vez mais diagnosticada. Um dos perfis mais atingidos são corredores e praticantes de modalidades que exigem alta demanda dos quadris, como tênis, futebol e artes marciais.
"Nesse tipo de lesão, a pessoa tem o fator predisponente que é a alteração no formato do osso. Não se sabe bem por que isso acontece, mas fato é que o trauma repetido causado pelas atividades de impacto pode romper a cartilagem e causar o desgaste articular", frisa o ortopedista Mauricio Miyasaki, especialista em cirurgia do quadril.
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O que se nota, segundo o médico, é que a doença se manifesta primeiramente com pequenas fisgadas e travamentos, que podem vir em atividades comuns do dia a dia, como calçar sapatos. "Mas pode aparecer incômodos também quando a pessoa passa muito tempo andando ou sentado", acrescenta Miyasaki. A dor costuma aparecer na parte interna da virilha, perto da coxa.
O especialista explica que o tratamento varia de acordo com cada caso e leva em conta alguns fatores importantes, como a presença de lesões de cartilagem. "As primeiras indicações geralmente apontam para medicação, mudança da atividade física, no caso de atletas, e fisioterapia", lista o ortopedista.
Segundo ele, grande parte dos casos se resolve com métodos não cirúrgicos, porém em casos mais graves, pode ser necessária a realização da artroscopia, procedimento moderno por vídeo em que o especialista se utiliza de invasões mínimas para correção da deformidade óssea que ocasionou a lesão.