Anualmente, mulheres com mais de 40 anos devem procurar um ginecologista e colocar a saúde em dia. Isso inclui a realização da mamografia – que ainda é considerada padrão-ouro quando se trata do diagnóstico precoce de câncer de mama. De acordo com o INCA, devem surgir quase 58 mil novos casos da doença em 2016. O sintoma mais comum é o surgimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular. Mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos. Outros sinais de câncer de mama incluem dor, descamação, ulceração ou alterações da pele que reveste o mamilo, além de secreção papilar. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila. Apesar de não muito frequente, o resultado falso-negativo ainda preocupa os radiologistas, por dar uma falsa sensação de segurança para a paciente.
De acordo com a médica radiologista Vivian Schivartche, especialista no diagnóstico da mama do CDB Premium, ao contrário do falso-positivo – que pode acontecer pela sobreposição de estruturas normais da mama nas imagens – o falso-negativo resulta da dificuldade de identificar determinados tumores em fase inicial. "Novos recursos muito utilizados hoje em dia, como a tomossíntese ou mamografia 3D, têm conseguido reduzir a ocorrência de falsos-negativos em até 30%. Além disso, quando a dúvida persiste em pacientes de alto risco, podemos recorrer a exames complementares fundamentais, como a ultrassonografia (com doppler ou elastografia) e a ressonância magnética".
Diferentemente da compressão mamária necessária nos exames de mamografia e tomossíntese, a médica explica que o ultrassom não comprime a mama nem usa raio-X. "O aparelho é passado sobre a mama com gel, que é um bom condutor, para checar se há alterações que indiquem a presença de tumor. Outros métodos podem ser adicionados, como o doppler e a elastografia, para decidir se a alteração percebida deve ser biopsiada ou acompanhada", diz Vivian – lembrando que a ressonância magnética também pode ser empregada para avaliar a extensão das alterações percebidas nos primeiros exames. "Vale ressaltar que a ressonância também é muito empregada quando há suspeita de que a prótese mamária, geralmente de silicone, sofreu ruptura. Nesse exame também não há compressão das mamas. A paciente permanece deitada de barriga para baixo durante poucos minutos em que a prancha passa pela pelo equipamento cilíndrico".
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Dados do National Cancer Institute, nos Estados Unidos, revelam que, em geral, a mamografia detecta cerca de 85% dos tumores. Os 15% restantes são os falsos-negativos, que dão uma sensação incorreta de que está tudo bem com a paciente. A principal causa dos falsos-negativos, na opinião de Vivian Schivartche, é a densidade mamária. "O problema das mamas densas é que nem sempre os resultados da mamografia são conclusivos. A composição mamária está relacionada às quantidades relativas de gordura (‘escura’ na mamografia) e tecido fibroglandular (‘branco’ na mamografia). Nem sempre as imagens são claras o suficiente e acabam por deixar dúvidas, já que os tumores também são densos (‘brancos’), dificultando a diferenciação entre os tecidos".
A especialista afirma que, em média, uma em cada cinco lesões detectadas também deixam dúvidas e precisam ser avaliadas por outros métodos. "Pacientes com mamas densas, que têm tecido cicatrizado, calcificações, implantes de silicone, ou mesmo mulheres que estão fazendo terapia de reposição hormonal, podem dar margens a resultados falsos-positivos. Nesses casos, também é importante integrar os resultados da mamografia com outros exames de imagem para que a paciente possa ficar mais tranquila em relação à sua própria saúde. Seja como for, o hábito de fazer mamografia uma vez por ano salva muitas vidas, já que o câncer de mama, quando diagnosticado logo no início, é passível de tratamento e cura".
*Fontes: Vivian Schivartche, médica radiologista do CDB Premium (CDB Medicina Diagnóstica) e National Cancer Institute)