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Segundo Inca

Câncer de mama deverá atingir 57,1 mil pessoas em 2014

Redação Bonde
01 jul 2014 às 09:09

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- Divulgação
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Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), este ano o Brasil terá 576 mil novos casos de câncer. O terceiro tipo mais incidente será o de mama, atingindo 57,1 mil pessoas, atrás apenas do câncer de pele (182 mil casos) e de próstata (68,8 mil). A região Sul do País será a segunda mais afetada pela doença, depois do Sudeste, primeiro no ranking. Os dados integram a publicação 'Estimativa 2014 - Incidência de Câncer no Brasil'.

De acordo com o médico do Comitê de Mastologia da Unimed Porto Alegre e presidente da regional gaúcha da Sociedade Brasileira de Mastologia, Rogério Grossmann, um terço das mortes de mulheres com idades entre 35 e 55 anos é atingida pelo câncer de mama. "Mulheres com idade superior a 50 anos são acometidas com maior frequência, mas a doença também pode atingir mulheres jovens", ressalta. Grossmann afirma que, geralmente, o primeiro sinal da doença costuma ser a presença de um nódulo único, não doloroso e endurecido na mama. Ele completa que outros sintomas também devem ser considerados como a deformidade e/ou aumento da mama, a retração da pele ou do mamilo, linfonodos axilares aumentados, vermelhidão, edema, dor e a presença de líquido nos mamilos.

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O câncer de mama se caracteriza pela proliferação anormal, de forma rápida e desordenada, das células do tecido mamário. A doença se desenvolve em decorrência de alterações genéticas. Em seu funcionamento normal, o corpo substitui as células antigas por outras novas e saudáveis. As alterações genéticas (mutações) podem alterar a habilidade da célula de manter sua divisão e reprodução sob controle, de modo a produzi-las em excesso e formar o tumor.

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Grossmann ressalta que entre os fatores de risco da doença estão idade, histórico familiar, aumento de peso, fatores genéticos, alterações histológicas da mama, uso de hormônios superior a cinco anos e alterações endocrinológicas. Incluem-se neste último fator antecedentes de longos períodos menstruais antes dos 12 anos ou menopausa após os 55 anos, e não ter engravidado ou tê-lo feito após os 35 anos. O médico explica que se acredita que a gestação mais precoce obriga as glândulas mamárias a se maturarem para a produção de leite, sendo uma forma de proteção futura. Com relação ao histórico pessoal ou familiar, o mastologista diz que mulheres com câncer de mama, ovário e irradiação do tórax apresentam risco maior de doença maligna na mama. "Pacientes com parentes de primeiro grau (mãe, irmã, filha e ou pai) com histórico de câncer de mama têm o risco aumentado, podendo ser ainda mais elevado se a doença tiver acometido o parente em idade inferior a 45 anos", acrescenta.

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O especialista destaca que ainda não existem maneiras de prevenir completamente o câncer de mama, mas que a detecção precoce da doença pelos métodos de imagem e medidas sociais faz muita diferença na sobrevivência e na redução da morbidade. "O diagnóstico precoce visa à identificação da doença em sua fase inicial. Programas de rastreamento têm como objetivo detectar tumores pequenos, quando ainda não há doença em locais distantes da mama. Hoje, contamos com um arsenal sofisticado na detecção precoce que envolve a mamografia de alta resolução associada a outros métodos como ressonância magnética, ultrassonografia e cintilografia mamária", explica.


O médico ainda reforça que a mamografia é o principal exame de rastreamento para o câncer de mama, pois possui alta sensibilidade e especificidade acima de 80%. "Esse exame de imagem permite a redução na mortalidade em cerca de 30% entre as mulheres de 40 a 74 anos. Naquelas mais jovens, entretanto, a redução ocorre em porcentagens menores decorrentes da dificuldade de avaliação das mamas pela sua densidade frequente". Mulheres com esse perfil podem realizar exame ultrassonográfico para complementar o diagnóstico. Conforme o Inca, a mamografia deve ser realizada a cada dois anos por mulheres entre 50 e 69 anos ou segundo recomendação médica. O Instituto aconselha que pacientes com histórico familiar da doença, devem ter acompanhamento médico a partir dos 35 anos.

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Já o autoexame deve ser feito sete dias após a menstruação ou, para aquelas que não menstruam mais, uma vez por mês.


Confira, a seguir, um passo a passo do autoexame:

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1) Deite-se com uma almofada pequena embaixo das costas do lado direito, com o braço deste mesmo lado debaixo da nuca;


2) Com os três dedos do meio da sua mão esquerda, examine a mama direita, firme e cuidadosamente, em toda a sua extensão. Comece pela superfície externa, apertando a parte média e plana dos seus dedos contra a mama. Mova-os em pequenos círculos de fora para dentro, até chegar ao mamilo. Preste atenção se existem massas ou inchaços que você não tenha notado antes;

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3) Repita o procedimento para examinar a mama esquerda;


4) Agora, de pé, toque suavemente a mama direita com os dedos da mão esquerda, começando na axila e movendo pouco a pouco a mão ao redor da mama em direção ao mamilo;

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5) Inverta a posição para examinar o lado esquerdo.


O autoexame pode ser feito também durante o banho.

Além disso, para reduzir o número de novos casos, Grossmann indica a adoção de medidas socioeducativas como dieta balanceada associada a um cuidado alimentar que visa ao controle de peso sem variações e/ou aumento. "A redução da ingestão de bebida alcoólica juntamente com a prática de exercícios físicos regulares de pelo menos 3 horas semanais são formas de redução de novos casos de câncer", finaliza.


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