Dificilmente a catapora atinge recém-nascidos, adolescentes e adultos. O maior número de casos está no período da idade escolar, justamente por conta do contato com outras crianças, em locais onde elas passam boa parte do dia, como escolas e creches. Também é por este motivo que a doença se alastra rapidamente, mas na infância, costuma ser benigna.
O período em que o risco da catapora pode se tornar mais séria é na adolescência e na fase adulta, segundo o médico Marco Aurélio Safadi, coordenador da infectologia pediátrica do Hospital São Luiz. "Nestas faixas etárias há um risco maior, principalmente quando o paciente é portador de outras enfermidades, porque a febre dura mais tempo, a quantidade de feridas é maior e a infecção pode atacar o pulmão. Por isto, quem não teve catapora quando criança deve se vacinar para evitá-la", alerta.
As complicações da enfermidade na infância também podem ocorrer, apesar de raras, e entre elas estão as infecções bacterianas de pele, pneumonia e outras mais raras, que podem atingir o sistema nervoso, rins, coração, articulações e o sistema hematológico. A mais grave é a chamada Síndrome de Reye (degeneração aguda do fígado e grave infecção do sistema nervoso), causada em crianças com catapora que usaram ácido acetilsalicílico (AAS) e aspirina.
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Evite o contágio
Comprovado o diagnóstico da doença, a pessoa infectada não deve ter contato com outras para não disseminar a enfermidade. O isolamento é necessário, mas também recomendado para repouso e deve durar até que as lesões na pele estejam completamente secas. Nesta fase não há mais risco de contaminar terceiros.
Contudo, há casos em que pais com mais de um filho, onde pelo menos um deles esteja infectado, que estimulam o contágio nos demais para abreviar contaminações futuras. "Quando minha irmã mais velha teve catapora, minha mãe a colocava junto de mim e nossa outra irmã para ficarmos doentes de uma vez, assim ela tratava do trio conjuntamente. Era até engraçado, uma coceira coletiva, mas eu só tinha 10 anos e achava bom não ter que ir à escola. Ficava assistindo televisão e comendo o dia inteiro, rodeada de mimos", revela a publicitária Célia Rodrigues, de 47 anos. Para tentar controlar o coça-coça das meninas, a mãe de Célia dizia que, se mexessem nas lesões, todas iriam ficar com o corpo marcado. "Lembro que ela até nos besuntava com um líquido rosa para acalmar a coceira que era infernal", recorda a publicitária.
Como não há como evitar a catapora, mas sim o contágio e as complicações da doença, vale a pena conferir, a seguir, alguns procedimentos que ajudam a amenizar a enfermidade:
- Corte sempre as unhas e mantenha-as limpas para não infeccionar os ferimentos;
- Enquanto as lesões do corpo não estiverem totalmente secas, evite contato com pessoas que tenham baixa capacidade de defesa imunológica (as que estão em tratamento de câncer, portadores do vírus HIV e outras doenças, além das grávidas);
- Use roupas leves para evitar o calor e aliviar as coceiras;
- Use luvas na hora de dormir, caso as coceiras incomodem muito;
- Não arranque as crostas que se formam quando as feridas estão secando, o ferimento pode regredir;
- Mantenha-se em repouso enquanto tiver febre;
- Consuma alimentos leves e saudáveis e tome muito líquido (com saudeempautaonline.com.br).