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Mostra estudo

Cigarro faz tão mal aos olhos quanto aos pulmões

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
09 jul 2019 às 17:22

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- Shutterstock
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Estudo recém-lançado pela Associação dos Optometristas do Reino Unido afirma que milhares de pessoas põem em risco a visão ao ignorar os malefícios do cigarro. Apenas uma em cada cinco pessoas entrevistadas reconheceu o fumo como um fator de risco para a cegueira, enquanto quatro em cada cinco associou o vício ao câncer, principalmente de pulmão. O alerta chama atenção para o fato de que fumantes têm duas vezes mais chances de perder a visão do que os não-fumantes e são 16 vezes mais propensos a desenvolver perda súbita de visão causada por neuropatia óptica – quando ocorre obstrução do suprimento de sangue no globo ocular. O problema também atinge fumantes passivos. Isto porque a fumaça do cigarro libera partículas bastante tóxicas de metais pesados, como chumbo e cobre.


De acordo com o oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, o fumo compromete a circulação sanguínea da retina, reduz a quantidade de antioxidantes presentes no sangue, e afeta a visão em qualquer fase da vida, principalmente a partir dos 65 anos. "Até mesmo fumantes pesados que abandonaram o vício há vários anos têm mais chances de sofrer de doenças oculares do que aqueles que nunca fumaram. Portanto, quanto mais cedo parar de fumar, menores serão as chances de desenvolver catarata, glaucoma, DMRI (Degeneração Macular Relacionada à Idade) e enfrentar complicações da retinopatia diabética. Aliás, o importante é nem começar."

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O médico adverte que um fumante tem 42% mais chances de ter catarata quando atingir a terceira idade do que um não-fumante. Doença silenciosa, a catarata vai deixando a lente do cristalino opaca até que a pessoa perde totalmente sua visão e independência. Os sintomas mais comuns são: diminuição gradual e progressiva da visão; enxergar os objetos em tons amarelados, borrados ou distorcidos; dificuldade de se locomover à noite ou em local com baixa luminosidade; sentir-se ofuscado na claridade; perceber halos ao redor de objetos luminosos; e perder o interesse por atividades rotineiras (ler, escrever, costurar, fazer a barba...) por não desfrutar de clara visão do que está fazendo.

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Já a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é 2,5 vezes mais frequente em fumantes. Neves afirma que a doença implica na destruição dos fotorreceptores e na proliferação anormal de vasos sanguíneos sob a retina. Como consequência, surgem cicatrizes que comprometem a visão central e a capacidade de distinguir cores. "A DMRI é estreitamente associada a fatores como predisposição genética e estilo de vida, sendo que fumantes ativos e passivos correm mais riscos de manifestar essa alteração cuja incidência aumenta com a idade. A perda visual costuma ser pouco perceptível. À medida que a doença evolui, aparecem sintomas como visão borrada, pontos luminosos, manchas no centro da visão (escotomas), diminuição da sensibilidade aos contrastes de luz, dificuldade de adaptação ao escuro, linhas distorcidas e tortuosas, e necessidade de iluminação mais intensa para ler".

Neves ressalta, ainda, que o fumo predispõe as pessoas a outras tantas complicações da visão. O risco de desenvolver diabetes, por exemplo, é 54% maior em fumantes pesados e 25% maior em fumantes leves do que em quem nunca fumou. No Brasil, 16 milhões de pessoas sofrem de diabetes e muitas nunca fizeram acompanhamento oftalmológico. "O problema central, para a visão, é a falta de circulação adequada causada pelo diabetes e que é ainda mais intensificado em pacientes fumantes. A retinopatia diabética está associada às mudanças que ocorrem na retina, em seus vários estágios. Inicialmente, costumam ocorrer algumas poucas hemorragias de pequeno porte. Também detectamos alguns depósitos de gordura e o engrossamento dos vasos sanguíneos. Nessa fase, muita gente nem se dá conta de que se trata de uma complicação do diabetes. Mas o problema, quando não controlado a tempo, pode levar à perda da visão. Por isso, é importante que o diabético visite um oftalmologista pelo menos uma vez por ano e se afaste definitivamente do cigarro".


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