Vivenciando uma fase de novas descobertas e experiências, os jovens tendem à ultrapassar limites em algumas situações, como o primeiro contato com o álcool. Frequentando as primeiras festas e expostos às bebidas, muitos desconhecem os efeitos que a substância causa no organismo e, consequentemente, esse comportamento culmina em preocupação para os pais. Além das alterações comportamentais, o excesso traz danos ao cérebro, que podem ser irreversíveis.
Seus primeiros efeitos podem ser observados a partir da sonolência, da sensação de relaxamento corporal e até mesmo da desinibição de suas atitudes, segundo o Dr. Mario Peres, neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein e membro do Departamento de Cefaléia da Academia Brasileira de Neurologia. "Estes sinais físicos ocorrem devido à forma com a qual o álcool afeta o cérebro e o sistema nervoso central", explica o especialista.
Comprovado cientificamente que o álcool é nocivo em qualquer faixa etária, seus malefícios entre os adolescentes são evidentes, sobretudo, durante a fase escolar, uma vez que o uso contínuo da substância atrapalha o rendimento, além de provocar confusão mental, falta de coordenação, problemas de memória e de aprendizado. Consequentemente, esse processo resulta também em dores de cabeça, alteração do ciclo natural do sono, da fala e do equilíbrio.
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Esta substância tem ação depressora sobre o cérebro e pode causar complicações no sistema nervoso. "São dois tipos, a aguda e a crônica. A primeira é decorrente da ingestão excessiva e isolada de álcool. Na segunda, é causada pelo consumo frequente de um longo período", diz o Dr. Mario Peres, enfatizando que a bebida pode gerar atrofia no cérebro e aumentar o risco para o Acidente Vascular Cerebral, AVC.
Segundo o neurologista, o álcool modifica a química do cérebro, alterando as funções cerebrais e os níveis de neurotransmissores que controlam os processos de comportamento, emoções e pensamento. Ele ressalta, que estas reações causam também mudanças no metabolismo.
Na tentativa de reduzir o índice de dependência química entre os jovens, o neurologista destaca que o tratamento pode começar a partir da mudança de comportamento, e que os adolescentes devem se conscientizar dos males que a bebida provoca não apenas ao corpo, mas também nos relacionamentos interpessoais. Os pais precisam exercer total autoridade e manter um diálogo franco sobre o tema, restringindo de imediato o consumo.