Referência no país em tratamentos ortopédicos, o Instituto Affonso Ferreira de Campinas orgulha-se de ter como um dos marcos mais importantes de sua história o fato de ter sido pioneiro ao trazer para o Brasil, no final da década de 80, o procedimento de artroscopia. A técnica, até hoje considerada inovadora, inicialmente era feita somente no joelho e, posteriormente, no ombro, quadril, punho e cotovelos. "O procedimento, que alia à necessidade de curar a lesão do paciente e devolvê-lo ao mercado de trabalho o mais breve possível, reflete na procura cada vez maior por informações e realização da cirurgia", garante o ortopedista Marcelo Wiltemburg Alves, especialista em cirurgias artroscópicas e um dos profissionais mais bem conceituados do país. De acordo com o especialista, somente no primeiro semestre deste ano, foram realizadas mais de 150 cirurgias artroscópicas, um aumento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado.
Com mais de 1000 cirurgias artroscópicas em ombro, joelho e quadril já realizadas, Marcelo explica que o aumento da demanda diz respeito à inovação da técnica - que é bem menos invasiva, garante precisão e recuperação rápida - e também a popularização do procedimento, já que esse tipo de cirurgia é coberta pelos planos de saúde. Mesmo assim, o especialista alerta que é imprescindível que o paciente conheça e busque referências sobre o médico que pretende realizar o procedimento.
"Apesar de simples, a técnica exige um grande aprendizado. A cirurgia consiste na introdução de uma micro-câmera na articulação e as imagens, obtidas por meio de um monitor, permitem que seja verificada a presença ou não de tecidos lesionados. Quando o paciente é submetido a procedimento convencional, ou seja, cirurgia aberta, os tecidos normais são afetados, o que não ocorre na artroscopia", explica Witemburg.
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O ortopedista chama a atenção para a realização desse tipo de cirurgia na região do quadril. Segundo Marcelo, o tratamento de patologias do joelho e demais regiões por vias artroscópicas pode até ser familiar para muitos médicos. Entretanto, o uso do artroscópio para examinar e tratar certas doenças do quadril é um novo conceito para os profissionais da área de saúde. "Nossa experiência com artroscopia tem sido muito gratificante, tanto para nós (médicos) como para os pacientes. Porém, é importante ressaltar que a artroscopia do quadril é um procedimento muito trabalhoso, tecnicamente complexo, o que exige muita paciência e experiência".
Por meio da artroscopia, é possível conseguir os mesmos resultados das cirurgias convencionais, como tratar o impacto fêmuro-acetabular, reconstruir ligamentos e lesões meniscais nos joelhos e costurar tendões ou ligamentos rompidos no ombro, sem a inconveniência de grandes cortes e internação do paciente. No procedimento de cirurgia aberta, a equipe médica pode demorar até uma hora e meia para chegar na articulação. "Já com a artroscopia, esse tempo é extremamente reduzido, diminuindo o risco de complicações, infecções, dor e outras ocorrências", completa Marcelo (com Sigmapress).