Especialista explica que o crânio do recém-nascido não é totalmente fechado. Quando o processo de fusão acontece de forma prematura ou incorreta, são geradas alterações na cabeça e face da criança.
Você já deve ter ouvido falar que o crânio dos bebês não nasce completamente colado. Ao longo do desenvolvimento do recém-nascido, as regiões moles da cabeça, conhecidas popularmente como moleira, se fundem e ajudam a fechar totalmente o crânio. Quando este processo ocorre de forma prematura ou incorreta, gera alterações na cabeça e na face do bebê, chamadas de estenose craniofacial.
O otorrinolaringologista, especializado em cirurgia craniomaxilofacial, Dr. Bruno Loredo, do Hospital Santa Luzia, em Brasília, explica que esta doença causa uma alteração no desenvolvimento do crânio, podendo levar a uma série de problemas. "Essa deformação gera várias consequências, como falha de crescimento do crânio, que comprime o cérebro, e a má formação óssea, levando a anormalidades no formato do crânio."
Leia mais:
Projeto de Londrina que oferece música como terapia para Alzheimer é selecionado em edital nacional
Unindo religião e ciência, casa católica passa a abrigar consultório psicológico gratuito na zona sul
'Secar' o corpo até o verão é possível, mas exige disciplina e acompanhamento
Ministério da Saúde inclui transtornos ligados ao trabalho na lista de notificação compulsória
O especialista esclarece que esta patologia pode estar relacionada a doenças genéticas ou síndromes, como síndrome de Crouson ou síndrome de Apert. Contudo, há duas causas comprovadas: a determinação genética e o uso de medicamentos sem orientação médica durante a gravidez. "Por isso, é importante que a população se conscientize de que a automedicação é muito perigosa. Além disso, as grávidas devem fazer pré-natal e informar ao médico todos os remédios que tomam", alerta Dr. Bruno.
A estenose craniofacial pode apresentar diferentes deformidades, como crânio alongado, achatado ou triangular, e quando associadas a síndromes as principais malformações são: olhos mais afastados um do outro, com aparência de serem saltados para fora, desenvolvimento incorreto da maxila e da mandíbula e a cabeça pode ficar mais alongada do que o normal.
"Na maioria dos casos sindrômicos, o paciente consegue se desenvolver sem comprometimento intelectual, principalmente, quando acompanhado por uma equipe multidisciplinar, composta por fonoaudiólogos, fisioterapeutas, médicos e psicólogos", detalha o otorrinolaringologista.
Tratamento
O tratamento da doença envolve várias especialidades médicas, para que a reabilitação seja completa. "A intervenção cirúrgica é o melhor tratamento para separar os ossos fundidos e restabelecer o posicionamento. O momento ideal para a cirurgia varia de acordo com as condições da criança.
Em alguns casos, é realizado mais de um procedimento. O pós-operatório é acompanhado por equipe médica, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e outros especialistas", conclui o cirurgião.