A depressão é uma doença grave, incapacitante que prejudica o relacionamento de uma pessoa em vários segmentos, tais como família, amigos, estudos e trabalho. Em países desenvolvidos é a segunda causa de incapacidade, já nos países em desenvolvimento será a primeira causa já em 2020. O Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), lidera entre os países em desenvolvimento o ranking mundial em prevalência da depressão: 18% da população que participou da pesquisa estava deprimida há pelo menos um ano. Os dados brasileiros foram colhidos do São Paulo Megacity, um estudo do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo que avaliou a prevalência de distúrbios psiquiátricos na região metropolitana da cidade, baseado em 5.037 entrevistas.
A prevalência da depressão no mundo é de cerca de 10% da população, e embora seja mais frequente em mulheres, ela atinge a todos, homens, jovens adultos, idosos e até mesmo crianças. Um dos graves problemas envolvendo a depressão é a questão do diagnóstico, pois ela é tardiamente diagnosticada por profissionais de saúde, inclusive por médicos que não são psiquiatras. Ela tende a ser diagnosticada como uma tristeza normal, uma fase emocional diante de uma dificuldade, uma reação desmedida, preguiçosa e teimosa de uma pessoa nos momentos em que se espera um outro comportamento dela. Não que não haja momentos de tristeza em nossas vidas, tal como a perda ou decepção com uma pessoa, mas normalmente essa tristeza passa ao longo da vida.
Já a depressão é claramente um processo mais difuso, um peso interno profundo e debilitante, que se estende muito além de qualquer acontecimento. Os sintomas podem ser notados, conforme explica a professora, Coordenadora do Curso de Psicologia do Centro Universitário São Camilo, Jonia Lacerda. A depressão pode ser diagnosticada por meio de alguns sintomas mais comuns, sendo eles:
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Sensação de grande angústia, tristeza e mal-estar;deias pessimistas acerca de tudo (fantasias de ruína) e falta de interesse generalizado;
Falta de vitalidade, com a sensação de estar sempre cansado, de não ter forças, de tudo parecer muito pesado e difícil;
Dificuldades de atenção e concentração;
Ideias de culpa, autodesvalorização e inutilidade;
Sono, sexo e apetite perturbados (muito sono, ou pouco sono, por exemplo);
"Finalmente, cumpre afirmar que a depressão é um problema de saúde que tem ajuda eficaz, principalmente se não houver diagnóstico tardio e se o paciente pôde contar com o apoio interdisciplinar, pois só medicação ou psicoterapia não dão conta das profundas e extensas mudanças que uma depressão grave exige na vida da pessoa e de seus familiares", acrescenta Jonia.