Não fumante, preocupada em seguir uma dieta saudável, a mulher moderna acha que está a salvo de um infarto. O que a maioria das brasileiras não imagina é que fatores emocionais como estresse da vida profissional e o desgaste com o excesso de responsabilidades dentro e fora de casa, somados aos conflitos do dia a dia podem ser uma combinação tão venenosa para o coração quanto cigarro, diabetes ou obesidade. Índices apontam que 15% dos pacientes que sofrem infartos não apresentam nenhum fator de risco tradicional.
Em casos assim, o fator desencadeante é psicológico. Mulheres que sofrem de depressão ou estresse crônico tem maior risco de sofrer um Sistema de Restrição Dinâmica ao Fluxo, em que a passagem do sangue é obstruída pelo estreitamento das paredes da artéria.
"O que acontece é que as mulheres têm as paredes das coronárias mais finas do que os homens. Quando elas são submetidas a uma situação de nervoso há grande descarga de adrenalina, causando o estreitamento das artérias. Esse espasmo da artéria pode causar um infarto.", explica a cardiologista Bianca Maria Prezepiorski.
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Os sintomas de que algo não vai bem são sutis. "A mulher pode sentir dor no peito, falta de ar, formigamento nas mãos, visão turva. Nesse momento é importante procurar o médico e não adiar a ida a uma especialista", ressalta a especialista.
Sendo a principal causa de morte entre as brasileiras, o infarto faz mais vítimas do que o câncer de mama. Portanto é preciso estar atenta à saúde do corpo, e também à saúde da mente. Medidas simples como a prática de exercícios ou atividades relaxantes, além de exames anuais para medir os níveis de estresse ajudam a manter longe a possibilidade de um infarto. "Yoga, meditação, pintura, dança, coisas que relaxem a mente são muito importante para combater o estresse como fator de risco. A prática de exercícios é fundamental pois ajuda a queimar a adrenalina acumulada por conta do estresse", ensina a médica.