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Especialista explica como o estado emocional pode interferir na saúde bucal

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
28 abr 2017 às 14:50

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- Reprodução/Pixabay
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A ansiedade é um distúrbio que afeta aproximadamente uma em cada seis pessoas nos dias de hoje, de acordo com o National Institute of Mental Health (Estados Unidos). Entre os problemas mais comuns está a fobia social – em que a pessoa se mostra insegura, teme por seu desempenho e se preocupa com o que os outros poderão pensar dela. Seja em maior ou menor intensidade, a ansiedade muitas vezes leva a pessoa a roer unhas e, muito provavelmente, aumenta as chances de sofrer de bruxismo, que é o ranger e apertar dos dentes – principalmente durante o sono.

De acordo com Astrid Arap, diretora do Departamento de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD), além de tratar a ansiedade, é importante que a pessoa busque ajuda de um cirurgião-dentista para cuidar do bruxismo, porque, dependendo da frequência e da intensidade da dor, essa parafunção pode resultar em sérios problemas de mastigação, enxaqueca, insônia e até mesmo fratura dental. "Além da dor, existem outros sinais de bruxismo, como o tipo de desgaste do esmalte dental, excesso de sensibilidade nos dentes, estalos da articulação temporomandibular (ATM) etc. O cirurgião-dentista deverá avaliar, também, se o paciente tem hábito de roer unhas, morder tampas de canetas, mascar chicletes, porque essas parafunções podem estar relacionadas a um comportamento ansioso".

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Estudo israelense, realizado na Universidade de Tel Aviv, revelou que o bruxismo é uma das consequências que impactam a vida de pessoas normalmente ansiosas. Os pesquisadores avaliaram 75 homens e mulheres na faixa etária dos 30 anos. Quarenta deles tinham algum nível de fobia social e os outros trinta e cinco não tinham nada. Todos passaram por exames psiquiátricos e odontológicos – buscando identificar hábitos como roer unhas, mascar chicletes, estalar a mandíbula etc. Sintomas de bruxismo durante o dia foram identificados em 42,5% das pessoas no primeiro grupo, contra 3% no segundo. De acordo com o coordenador, Ephraim Winocur, a interação com o grupo parece desencadear bruxismo em pessoas com fobia social. Sendo assim, na medida em que se trata o distúrbio de ansiedade, também se restabelece o sono e um maior controle sobre o bruxismo.

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De acordo com a especialista da APCD, é fundamental identificar sintomas, causas e tratar as disfunções temporomandibulares (DTM), já que provocam um nível de dor que costuma repercutir por toda a cabeça, maxilar, pescoço, ouvidos e até mesmo na coluna cervical. "Trata-se de uma queixa muito comum entre pessoas na faixa dos 30 aos 50 anos, principalmente mulheres. Mas também tem aumentado o número de casos de bruxismo entre crianças e adolescentes. Por comprometer muito a qualidade de vida dos indivíduos, é importante, desde a primeira consulta, tentar identificar a raiz do problema".


Segundo Astrid, diversos são os tratamentos voltados para o bruxismo e seus efeitos. O uso de placa miorrelaxante durante o sono, associado à fisioterapia, constitui o tratamento de eleição para o paciente com bruxismo sintomático. Já a toxina botulínica é uma das terapias mais atuais para tratar essa parafunção. Pode ser aplicada nos pacientes que não se adaptam ao uso da placa ou associada a ela. Apesar de ser um método mais invasivo do que o uso da placa, a toxina é usada para diminuir a contração muscular e seu efeito é reversível. "A toxina botulínica é um complexo proteico purificado, obtido a partir de determinada bactéria que bloqueia a liberação da acetilcolina e faz com que os músculos não recebam estímulos para contrair. Apesar de seu uso ser relativamente novo entre os cirurgiões-dentistas, vem ganhando cada vez mais adeptos na medida em que seus benefícios se tornam mais conhecidos".

A especialista diz ainda que o uso odontológico da toxina botulínica geralmente é bem tolerado e as reações sistêmicas – embora possam ocorrer – são raras. Entretanto, seu uso é contraindicado para pacientes com hipersensibilidade a qualquer componente do medicamento, portadores de miastenia grave (fraqueza dos músculos voluntários) ou de doenças do neurônio motor. Gestantes e lactantes também não têm indicação, assim como pacientes que façam uso de medicamentos potencializadores do bloqueio muscular.


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