É inegável o fato de que as mulheres vêm mudando muito nas últimas décadas. Se considerarmos a sua entrada no mercado de trabalho, a independência financeira e sexual e a busca por direitos iguais aos dos homens, notamos que, com o passar dos anos, a identidade feminina mudou bastante.
No entanto, apesar de tantas mudanças, percebe-se que o desejo de ter filhos ainda continua para a maioria delas e é um importante referencial subjetivo quanto ao "ser mulher".
Muitas mulheres com dificuldades para engravidar falam do quanto "se sentem menos femininas" e diferentes das demais por não conseguirem realizar este desejo.
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A experiência da infertilidade costuma deixar uma marca de incapacidade e impotência no psiquismo da mulher, fazendo-a acreditar que não é capaz de gerar ou cuidar de uma criança.
Percebemos, na nossa prática clínica, que a gravidez alcançada, após um longo tratamento de reprodução humana assistida, geralmente, é vivida com muito mais inseguranças e medos em comparação às gestantes que não passaram por essa vivência.
O medo de "não possuir um bom útero" para abrigar um bebê sadio é freqüente, assim como receios de não levar a gravidez adiante, não conseguir amamentar, dentre muitos outros fantasmas.
Afastando "os fantasmas"
Na maioria dos casos, essas inseguranças desaparecem nos primeiros meses após o nascimento do bebê, quando a mulher vai percebendo que seus cuidados estão sendo suficientes para manter a criança bem e também quando vai se familiarizando com esse novo papel.
Porém, faz-se relevante destacar que a experiência da infertilidade não traz consigo apenas mazelas. Todo o sofrimento trazido pela descoberta da infertilidade e o conseqüente tratamento pode resultar também em mães mais maduras e implicadas na criação de seus filhos, uma vez que a intensificação do desejo que ocorre durante a espera pela gravidez, acaba levando-as a refletirem mais sobre a maternidade e a investirem nessa criança muito antes dela ser concebida (com MW-Consultoria de Comunicação).