A maioria dos garotos da idade do britânico Taylor Kerkham estaria passando seu tempo brincando com os amigos, andando de bicicleta, subindo em árvores ou talvez chateando os vizinhos. Em vez disso, Taylor, de 11 anos, está lutando contra a anorexia, após um período no qual comia tão pouco quanto meio tomate por dia e viu seu peso desabar de pouco mais de 50 quilos para cerca de 25 quilos em poucos meses.
Segundo ele, sua doença foi provocada por "alguns comentários" de colegas, que disseram que ele era "cheinho". Esses comentários o levaram a passar cinco meses internado em um hospital de Manchester no ano passado, enquanto sua família e os médicos tentavam persuadi-lo a comer.
"Eu não era gordo, mas um pouco cheinho, e decidi que ia fazer dieta. Comecei de maneira saudável, mas gostei de perder peso e fui longe demais. A anorexia tomou conta de mim", conta Taylor.
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"Todas as vezes que eu me pesava e havia perdido peso, tinha uma sensação de ter alcançado algo, ficava feliz, e tinha um objetivo pela frente", relata.
Fim do túnel
Em certa ocasião, o garoto se recusou a comer qualquer coisa por um dia e meio. "Ele parou até mesmo de beber água. Ele não falava direito, começou a jogar tudo no chão pela casa, e a única coisa que pude fazer foi ligar para o hospital", conta a mãe.
Taylor passou cinco meses internado, quatro deles em uma unidade especializada em saúde mental de crianças e adolescentes. A nutricionista pediátrica Sarah Le Grice trabalhou com ele para ajudá-lo a parar de temer a comida.
"Foi um processo de passo a passo, e ele finalmente começou a ver que precisava mudar. Nós o ensinamos sobre alimentação saudável, acalmando-o e elevando sua autoestima", diz Le Grice.
Mudança
A mudança, segundo ele, ocorreu quando seu avô foi diagnosticado com câncer. "Eu sabia que minha mãe estava triste com isso e queria fazê-la se sentir melhor – com seu pai doente, mas seu filho melhorando", conta.
Com a ajuda de sua nutricionista e o apoio de sua família, Taylor conseguiu recuperar o peso perdido e hoje parece um garoto normal de sua idade.
"De vez em quando eu ainda tenho uns pensamentos ruins, mas acho que preciso ser sensato e dizer para mim mesmo que não há problema em comer", afirma.