Técnicos da Vigilância em Saúde dos três estados do Sul – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – reuniram-se nesta semana, em Porto Alegre, para definir formas de enfrentamento da Influenza A (H1N1). A situação dos três estados é semelhante e diferenciada do resto do País. O encontro, proposto pelo Paraná, resultou em propostas que serão transformadas em documento a ser enviado ao Ministério da Saúde nos próximos dias. Os estados do Sul foram responsáveis por importante parcela dos casos da Influenza A (H1N1) e das mortes pela doença no País em 2009, quando o Brasil registrou a primeira pandemia dessa gripe.
"Não queremos que nenhum paciente faleça por falta de tratamento adequado. A vacinação é uma estratégia importante, porém ainda não contempla toda a população", afirmou o secretário da Saúde do Paraná, Michele Caputo Neto.
Uma das propostas é, a partir de 2012, antecipar a campanha de vacinação para o mês de março para obter maior impacto. As estatísticas dos três estados mostram que o vírus Influenza circula com mais intensidade no mês de abril, e o período da campanha de vacinação da gripe no País é posterior ao período de sazonalidade da doença na região sul.
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Outra sugestão é incluir na vacinação anual a faixa etária de dois a 20 anos, que foi uma das mais afetadas durante a pandemia. Os técnicos defendem incluir no calendário básico de vacinação da criança a vacina Influenza para os menores de dois anos. "As crianças são muito frágeis neste período e se contraírem uma gripe correm mais risco de evoluírem para pneumonia", disse a médica e chefe do departamento de Vigilância e Controle de Agravos Estratégicos, Mirian Woiski.
Quanto ao tratamento, a proposta é manter para este ano o antiviral fosfato de oseltamivir para todo caso de síndrome gripal, sem que haja restrição e desde que seja receitado por um médico. "Queremos negociar com o Ministério da Saúde o volume de medicamento para garantir o uso de forma ampliada", disse o secretário.
O grupo também sugeriu incluir o oseltamivir como item de medicamentos fornecidos anualmente pelo Ministério nos estados do Sul. "Hoje, de acordo com uma portaria ministerial, a indicação deste antiviral é restrita aos pacientes que apresentem síndrome respiratória aguda grave e síndrome gripal para pacientes com fatores de risco", ressaltou Mirian (com AEN).