Corpo & Mente

Inca estima mais de 30 mil novos casos de câncer de pulmão em 2020

17 ago 2020 às 09:35

O mês de agosto é dedicado à conscientização do câncer de pulmão. Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), cerca de 85% dos casos diagnosticados no Brasil está associado ao consumo de derivados de cigarros.


A entidade espera ao menos 30 mil novos diagnósticos dessa neoplasia ainda em 2020. Até 2030, as mortes por doenças relacionadas aos cigarros, como o câncer de pulmão, vão ultrapassar oito milhões por ano no mundo.


Para especialistas, além do tabagismo, existe também um risco potencial no uso de cigarros eletrônicos que, teoricamente, causam menos danos.


"Nossa maior preocupação é o jovem. Além do cigarro comum, ele está começando a usar o cigarro eletrônico, que ele imagina não ser prejudicial, mas que, na verdade, chega a ser tão ruim quanto o cigarro comum”, alerta a radio-oncologista Bruna Bonaccorsi.


Cigarro eletrônico


Bruna lembra que os componentes utilizados na produção desses cigarros podem ser altamente tóxicos. No lugar da fumaça, o cigarro eletrônico produz vapor, que pode conter compostos como formaldeído, propilenoglicol, acetaldeído e outros, que são substâncias citotóxicas, carcinogênicas, irritantes, causadoras do enfisema pulmonar e de dermatite.


Segundo o Inca, um estudo alemão revelou que muitos cartuchos de cigarros que não contêm nicotina possuem, por exemplo, o etilenoglicol, anticongelante tóxico que pode causar cefaleia, tonturas, fala arrastada, convulsão, perda da coordenação motora e até coma.


"Vemos jovens e adolescentes serem atraídos pelo cigarro eletrônico, mas temos aí um grande risco de ingestão de diversas substâncias que, se não causarem câncer de pulmão, podem afetar outras áreas do organismo e deixar sequelas permanentes”, alerta Bruna Bonaccorsi.


Ainda segundo o Inca, estima-se que aproximadamente 20% a 27% das partículas do vapor do cigarro eletrônico, por serem suficientemente pequenas, alcançam as estruturas mais profundas dos pulmões, podendo contribuir para processos inflamatórios pulmonares e sistêmicos e para aumentar o risco de doença cardiovascular e respiratória, levando até mesmo à morte.


Câncer de pulmão


"Campanhas de conscientização são extremamente importantes para a prevenção do câncer de pulmão e outras doenças provocadas pelo tabagismo e consumo de derivados, como o cigarro eletrônico”, alerta Bruna.


Segundo a médica, os sintomas mais comuns de câncer de pulmão, que devem ser investigados, são: tosse ou rouquidão persistente, sangramento pelas vias aéreas, dor no peito, dificuldade de respirar, fraqueza e perda de peso sem causa aparente.

"Essa neoplasia é muito delicada, pois grande parte dos pacientes, infelizmente, só apresentam sintomas quando a doença já está em estágio avançado. Isso leva ao diagnóstico tardio e tratamento menos efetivo”, finaliza a médica.


Continue lendo