O infarto do miocárdio, conhecido popularmente como ataque cardíaco, caracteriza-se pela morte de células do músculo cardíaco (necrose miocárdica), devido a uma interrupção abrupta e intensa do fluxo sanguíneo. Mesmo sendo considerada rara durante a gravidez (estudos apontam a ocorrência de 3 a 10 casos para cada 10 mil gestações), a incidência do infarto de miocárdio vem aumentando à medida que mulheres estão engravidando com mais idade.
Apesar de ocorrer em qualquer período gestacional, é mais frequente no 3º trimestre. O infarto do miocárdio está provavelmente relacionado ao acréscimo do consumo de oxigênio pelo miocárdio, devido ao aumento do volume sanguíneo, frequência cardíaca e débito cardíaco fisiológicos da gestação. Outros mecanismos favorecedores seriam o estado fisiológico de hipercoagulabilidade (predisposição à formação de coágulos sanguíneos), a redução do transporte de oxigênio por diminuição do conteúdo de hemoglobina (anemia fisiológica) e redução da pressão arterial diastólica (pressão arterial mínima) e consequente diminuição do fluxo sanguíneo para as artérias do coração
Os fatores de risco descritos como associados ao infarto do miocárdio na gestação são: hipertensão arterial, trombofilia (predisposição à formação de cóagulos sanguíneos), diabete, tabagismo, transfusão, infecção puerperal e idade superior a 30 anos. A aterosclerose coronariana - formação de placas de gordura na parede das artérias do coração (placas de ateroma) - é a principal causa de infarto de miocárdio na gestação (43% dos casos), mas também pode estar relacionada com trombose coronária (21%), aneurismas (4%), dissecção coronariana (16%) e até coronárias normais (29%).
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Ricardo Rodrigues - cardiologista