Quando suspeita de um episódio de cistite, como é conhecida a infecção urinária, e procura ajuda médica sem demora, as mulheres conseguem evitar sérias complicações. Além do desconforto natural da doença, que geralmente afeta a rotina, um tratamento tardio pode evoluir e trazer sérios riscos à saúde, como infecções mais graves e, até mesmo, generalizadas – que, algumas vezes, levam a quadros bastante perigosos, com risco de vida.
"Elas conseguem perceber a doença quando, ao urinar, sentem dor na uretra (canal da urina), que reflete que a bexiga está inflamada e repleta de bactérias", explica a médica ginecologista e obstetra do Conjunto Hospitalar do Mandaqui, Dra. Patrícia de Rossi.
Causas
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A cistite pode ter pré-disposição genética e é geralmente causada pela bactéria Escherichia coli (80% dos casos), encontrada comumente no intestino. A relação sexual também pode favorecer a doença, por conta do movimento do pênis na vagina, promovendo a migração de bactérias da uretra para a bexiga.
A cistite é muito mais comum no sexo feminino. "A uretra das mulheres é mais curta que a dos homens e esse é um fator predisponente. As pacientes que retardam a micção ou que não conseguem esvaziar totalmente a bexiga têm maior risco de desenvolver a doença, devido ao resíduo de urina que fica no órgão", comenta a especialista.
Mais da metade das mulheres terão infecção urinária pelo menos uma vez na vida. As reclamações sobre a cistite estão entre as queixas mais frequentes em prontos-socorros e consultórios. Estima-se que cerca de 5% das mulheres em idade adulta apresentem a doença de maneira recorrente, ou seja, três ou mais vezes ao longo de um ano.
Para identificar um quadro de infecção urinária, os sintomas mais comuns são:
Dor ou ardor ao urinar;
Dor na bexiga;
Vontade de urinar com frequência;
Sensação de que a bexiga não está vazia após a micção;
Urina turva ou com sangue;
Odor forte na urina;
Pressão ou cólica no baixo abdome.
Como tratar a infecção urinária
Geralmente, o tratamento é feito com antibióticos por via oral, podendo durar de 1 a 7 dias. As drogas da categoria das quinolonas são frequentemente prescritas, mas o uso desses fármacos para vários outros tipos de infecção tem favorecido o surgimento de bactérias resistentes. "É uma opção eficaz, mas se a bactéria for resistente não haverá cura, sendo necessário novo tratamento com um antibiótico diferente, partindo do início novamente", explica.
Outra opção, segundo a médica, é o uso de medicamentos a base de fosfomicina, que apresentam uma taxa de resistência bacteriana baixa. "É até uma orientação que está na diretriz da Associação Médica Brasileira, que orienta os médicos sobre o tratamento", conta.
Ainda segundo a Dra. Patrícia, uma vantagem, neste caso, é que, diferente das quinolonas, a fosfomicina é usada em dose única, fator que facilita o tratamento, uma vez que a melhora dos sintomas pode levar a mulher a interromper o uso do antibiótico. Embora seja de tomada única, a ação desse antibiótico permanece por até 4 dias.
Prevenção
Há alguns hábitos que ajudam a prevenir e tratar a infecção urinária, como tomar líquidos em quantidade suficiente para a urina ficar clara, urinar quando sentir vontade, cuidar especialmente da higiene da região genital e ânus, e urinar após as relações sexuais. "A cistite é comum e simples de ser tratada, mas não pode ser menosprezada. Siga o tratamento à risca para evitar um agravamento do quadro e voltar rapidamente às atividades cotidianas", completa a Dra. Patrícia.