Um grande problema no tratamento de dependência química é a recaída: quando o paciente parece curado, eis que ele volta a se drogar. Um estudo em ratos, porém, mostra que um antibiótico ligado à aprendizagem pode reduzir essas recaídas em animais viciados em cocaína.
Recaídas ocorrem porque, após a desintoxicação, o indivíduo pode ser novamente exposto a estímulos que lembram os ''bons tempos'' do uso da droga. São amigos, lugares e objetos que foram associados ao consumo da substância.
O estudo, liderado pela neurocientista Mary Torregrossa, da Universidade Yale, nos EUA, e publicado na revista ''Journal of Neuroscience'', mostra que o antibiótico cicloserina-D, quando administrado após o processo de extinção, ajuda a evitar recaídas.
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No experimento, ratos escutavam um som e recebiam cocaína (em solução) toda vez que apertavam uma alavanca. Após ficarem ''viciados'', os roedores foram submetidos a uma terapia de extinção: o tom soava, mas a cocaína não era entregue. A aquisição do vício e a terapia ocorreram em gaiolas diferentes, simulando a diferença entre o contexto de uso da droga e o do tratamento.
Após a terapia, um grupo recebeu cicloserina-D e o outro, não. Ratos do primeiro grupo mostraram menor tendência a apertar a alavanca quando colocados de volta na primeira gaiola, onde o vício fora adquirido, indicando um menor índice de recaída.
''Em humanos, aspectos motores do vício, como o ato de cheirar um pó qualquer, também poderiam ser explorados durante a extinção'', sugere Torregrossa.