Qualidade de vida, detecção precoce e acesso universal ao tratamento são as quatro áreas chave que norteiam a campanha deste ano do Dia Mundial do Câncer, cuja data é celebrada em 4 de fevereiro.
Combater o câncer com qualidade de vida é possível, segundo o oncologista clínico do Centro Paulista de Oncologia (CPO) do Grupo Oncoclínicas do Brasil, Jacques Tabacof, no Brasil o cenário terapêutico do câncer é heterogêneo, com áreas de excelência e carência. Para tanto, a adoção de medidas simples como a de cuidar de maneira integral e individualizada de pacientes oncológicos com excelência, humanismo e ética.
O "World Cancer Day" é organizado anualmente pela União Internacional de Controle do Câncer (UICC), uma instituição criada para ajudar a comunidade de saúde global a acelerar os processos de luta contra o câncer.
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Nesta edição o objetivo é trazer à evidência mundial, meios de como implantar de maneira global o que se sabe sobre as áreas de prevenção, detecção precoce, tratamento e cuidados, o que abre perspectiva na melhoria dos pacientes.
Apesar do avanço tecnológico mundial no campo da oncologia, o Brasil ainda apresenta restrição de acesso a determinados tipos de tratamentos, já consolidados e aprovados por órgãos oficiais de registro da Europa, Ásia e Estados Unidos.
A preocupação foi tema inclusive de reunião realizada em novembro de 2014, na sede da Organização Mundial da Saúde (WHO), em Genebra, na Suíça, na qual participaram especialistas do mundo todo, inclusive do Brasil, para discussão da revisão da "Lista Modelo da OMS de Medicamentos Essenciais para adultos (EML) e crianças (eMLC)", documento criado há mais de quatro décadas que traz um conjunto de fármacos considerados fundamentais que devem ser oferecidos dentro do arsenal terapêutico da saúde pública em todos os países.
Membro da liderança do encontro, o pesquisador brasileiro e oncologista clínico, Gilberto Lopes, do Centro Paulista de Oncologia (CPO) da Rede Oncoclínicas do Brasil, relatou que o objetivo da reunião foi de atualizar a "Lista Modelo da OMS" a fim de promover o acesso global ao menos a 80% das terapêuticas consideradas essenciais, conforme uma das metas estabelecidas pela OMS para o controle das doenças crônicas degenerativas até 2025.
Entre as indicações pretendidas as entidades solicitaram a incorporação do anticorpo monoclonal trastuzumabe e do inibidor de tirosina quinase imatinibe, já consolidados como opções terapêuticas padrão-ouro para o câncer de mama HER2 positivo, para a leucemia mieloide crônica (LMC) e tumor gastro intestinal (GIST). "Por serem consideradas terapias-alvo, estes medicamentos têm impacto na sobrevida e qualidade de vida de pacientes, pois funcionam como inibidores da progressão celular da doença no organismo", explica Lopes.
O material resultante deste encontro foi publicado pela OMS. A decisão final sobre a aprovação deve ocorrer em abril deste ano, durante a reunião dos peritos da OMS em seleção de medicamentos essenciais, que acontece dias 20 a 24 do mês em questão, em Genebra.