Quem está grávida não menstrua, e quem está menstruada não pode estar grávida. Não há exceções. No entanto, é importante deixar claro que afirmar que as mulheres grávidas não podem menstruar não é a mesma coisa que dizer que as mulheres grávidas não possam ter episódios frequentes de sangramento vaginal durante a sua gestação. A questão é que esses sangramentos podem ter várias causas, mas, com certeza, a menstruação nunca será uma delas.
Se você tem alguma desconfiança de que a afirmação acima não está correta, e não só acha que é plenamente possível uma gestante menstruar, como ainda é capaz de citar casos pessoais nos quais essa situação tenha ocorrido, sugiro que leia esse texto com atenção, pois ele irá sanar todas as suas dúvidas.
Quando o óvulo é fecundado, em vez dos níveis de estrogênio e progesterona caírem rapidamente, tal como ocorre quando o óvulo não fecundado degenera, eles fazem o oposto, elevam-se, mantendo o endométrio espesso e apto para receber o embrião. Esse é o primeiro ponto, se a mulher menstruasse após a fecundação, o endométrio estaria descamado e não teria condições de receber nem manter viável o embrião que acabou de chegar.
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O segundo ponto é que, uma vez que o embrião tenha se implantado e esteja a se desenvolver adequadamente no endométrio, um novo hormônio começa a ser produzido: a gonadotrofina coriônica humana, também conhecida pelo acrônimo hCG. Um dos vários papeis do hCG é avisar ao organismo materno que há um bebê em desenvolvimento. Isso significa, entre outras coisas, que o ovário é "orientado" a não mais maturar óvulos todo mês, o que, na prática, faz com que a mulher não ovule durante todo o período em que estiver grávida.
Portanto, como um dos requisitos básicos para haver menstruação é a ovulação, se a mulher não ovula nem tem as flutuações hormonais de estrogênio e progesterona que ocorrem ao longo do ciclo menstrual, ela não apresenta os estímulos necessários para que possa menstruar todo o mês.
Mas o principal motivo da incompatibilidade da gravidez com a menstruação é muito mais simples do que os mecanismos hormonais descritos acima. Pense bem, se o embrião está fixado à parede do endométrio e é dele que a placenta recebe o sangue necessário para o seu desenvolvimento, caso a mulher menstruasse, ou seja, caso a parede do endométrio desabasse, como o embrião poderia permanecer inserido no útero? Não poderia.
Assim como é impossível que um quadro permaneça pendurado a uma parede que tenha sido derrubada, um embrião não consegue permanecer fixado ao útero, caso a parede deste útero tenha sido arruinada.
Resumindo, a mulher grávida não tem nenhum dos estímulos necessários para que a menstruação ocorra, mas, mesmo que tivesse, isso significaria o término imediato da gravidez, pois, assim que ela menstruasse, o embrião seria expelido junto com o tecido endometrial que desabou.
(com informações do site MD Saúde)