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Esportes de contato

MMA aumenta risco de Parkinson precoce

Redação Bonde com assessoria de imprensa
31 mar 2014 às 15:30

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- Divulgação/MMA Rocks
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A popularização do MMA, assim como a prática de outros esportes de contato, aumenta o risco de doenças neurológicas. Os repetidos socos e chutes na cabeça do atleta, seja ele amador ou profissional, causam microtraumas cerebrais que aceleram o desgaste natural do órgão. Assim, doenças neurodegenerativas tendem a surgir precocemente, como mal de Alzheimer, demência do pugilista e mal de Parkinson.

Um dos maiores pugilistas da história, o norte-americano Muhammad Ali, sofre hoje com os tremores característicos do mal de Parkinson. Aqui no Brasil, o lutador Maguila enfrenta o mal de Alzheimer. Ambos foram expostos aos repetidos traumas das lutas de boxe. "Os combates de MMA também podem ser muito prejudiciais ao cérebro. O impacto de uma joelhada certeira ou de um chute direto na cabeça causam danos cerebrais imediatamente", alerta o neurocirurgião Dr. Antonio De Salles.

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Essas doenças neurológicas dificilmente apresentam sintomas enquanto o atleta é jovem e praticante do esporte, elas estão relacionadas à idade e tendem a se manifestar após os 50 anos. Contudo, o desgaste acelerado do cérebro pelo esporte de contato pode antecipar o problema.

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O mal de Parkinson, por exemplo, atinge cerca de 1% da população com idade igual ou superior a 65 anos. Conforme a sociedade envelhece, a doença deve se tornar cada vez mais comum. Segundo estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população idosa deve triplicar nos próximos 20 anos, saltando de 22,9 milhões para 88,6 milhões.

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Progressão da doença


"A fase inicial da doença, conhecida como honeymoon period, pode durar de quatro a 10 anos. Nela, o paciente tem controle completo ou quase completo dos sintomas parkinsonianos apenas com medicação e fisioterapia. As limitações começam a surgir geralmente após o quarto ou sexto ano do diagnóstico; os sintomas se tornam mais difíceis de serem controlados", afirma a Dra. Alessandra Gorgulho.

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Nessa fase, os pacientes apresentam as discinesias (movimentos involuntários após a ingestão da medicação) e as flutuações ON/OFF (oscilações no controle das funções motoras).


Cirurgia precoce

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A cirurgia traz grande benefício aos pacientes nesse período. Publicações científicas de impacto mostram que a indicação cirúrgica mais precoce resulta em melhor qualidade de vida e em mais controle das funções motoras, em comparação ao manejo exclusivamente com medicação.


Quando o paciente encontra-se na fase tardia e final da doença, a cirurgia não traz benefícios significantes. Os melhores resultados acontecem em pacientes com menor tempo de doença e que tenham as funções cognitivas preservadas (não dementes e sem alterações emocionais importantes).

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Como é o procedimento


A cirurgia consiste na colocação de eletrodos no tecido cerebral em núcleos envolvidos com o controle do inicio e da execução de movimentos. Isso faz com o tremor seja controlado e com que a rigidez diminua, possibilitando ao paciente uma regressão da doença em 10 a 15 anos. A estimulação elétrica cerebral é uma técnica cirúrgica reversível, ou seja, uma vez interrompida a estimulação, não existem efeitos permanentes no cérebro.

Existem hoje mais de 100 mil pacientes implantados para esse tipo de doença no mundo. Complicações são raras e a execução da cirurgia é minimamente invasiva. A bateria dura em torno de 5 anos e a cirurgia de troca do marcapasso é muito semelhante à troca do marcapasso cardíaco.


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