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Pesquisa e prevenção

Paraná busca ser referência no tratamento de câncer no País

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
12 mai 2017 às 15:29

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- Reprodução/Pixabay
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Especialistas, pacientes e sociedade se reúnem para debater o possível avanço na prevenção, diagnóstico e tratamento de câncer no Paraná, entre eles o câncer de mama, responsável por 15% de todos os óbitos por câncer em mulheres no mundo.

O 2º Encontro Paranaense de Cacons/Unacon é a continuação do encontro do ano passado, no qual mais de 100 paranaenses discutiram a doença e criaram um documento inédito, a Carta de Londrina, que pede diversas ações para aprimorar o combate à doença.

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No caso do câncer de mama, para 2017, estima-se 56 diagnósticos a cada 100 mil mulheres no país. O histórico desta doença é alarmante, em 2014, foram esperadas 14 mil mortes e em 2012 esta previsão chegou a 500 mil óbitos.

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No sistema público de saúde brasileiro, aproximadamente 50% das mulheres diagnosticadas descobrem a doença em fase avançada, também conhecida como metastática, fase em que acomete outros órgãos, o que dificulta o tratamento do tumor.

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Graças ao avanço da medicina personalizada, as perspectivas são positivas. Hoje, com terapias que agem diretamente no tumor e provocam menos efeitos colaterais e danos às células saudáveis, as chances de cura da doença descoberta em fase inicial são de quase 100%. Em relação à fase metastática, associada à morte por 70% das pessoas, a oncologista do Hospital de Clínicas de Curitiba, dra. Karina Vianna, reforça que recebendo o tratamento adequado, o câncer de mama metastático não é uma ‘sentença de morte’, existem pacientes vivendo com qualidade de vida e por muito mais anos.


Este é o caso de Luciane Taviano, que em 2005, aos 37 anos, durante a realização de exames de rotina descobriu um nódulo na mama tendo que passar por uma cirurgia para a retirada total de um dos seios. Em 2012, o tumor voltou a surgir no outro seio. Desta vez com um dos subtipos mais agressivos, o HER2 positivo, o que levou a paciente a remover a outra mama, mas a doença já tinha evoluído para a fase avançada.

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Desde 2015, Luciane vive com uma metástase do último tumor na parede torácica, o qual é tratado, pelo sistema privado de saúde, com terapias-alvo adequadas para o estágio da doença. Ela afirma que vive sua vida normalmente. "Trabalho sem dificuldade, cuido da casa, dos meus dois filhos, do meu marido. E, claro, viajo sempre que posso, que é uma das coisas que mais gosto de fazer", explica Luciane.


Segundo a oncologista, atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não disponibiliza o mesmo tratamento que o sistema privado para mulheres com o subtipo HER2 – positivo em fase avançada. "Há uma defasagem na incorporação de novas tecnologias e isso compromete o tempo e a qualidade de vida das pacientes", explica a médica.

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O câncer de mama é o tipo que mais acomete e mata mulheres no Brasil e no mundo. Para 2016 e 2017, o Instituto Nacional do Câncer estimou 10.970 novos casos da doença na Região Sul, onde o tumor é o mais frequente no sexo feminino, sendo 5.210 localizados somente no Rio Grande do Sul. Em 2014, foram estimados 2.596 óbitos entre as sulistas.


O INCA apontou que o câncer de mama representa 25% entre os dez cânceres mais incidentes nas sulistas, são 74,3 casos da doença para cada 100 mil mulheres. Segundo a especialista, este número se deve a "multifatores", entre eles a alta expectativa de vida da população feminina da região, que é de aproximadamente 80 anos, e o nível de tabagismo de 14,9%, que é o maior entre as brasileiras.

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A dimensão do câncer de mama sempre foi grande, e as brasileiras enfrentaram muitos obstáculos na luta por políticas públicas efetivas contra a doença. Nos anos 1980, as ações propostas para a prevenção e detecção do câncer de mama consistiam, basicamente, em estimular as mulheres a palparem suas mamas e em sensibilizar os médicos a detectarem nódulos suspeitos por meio do exame clínico. As Secretarias Municipais de Saúde só passaram a ter acesso a mamógrafos e a materiais educativos direcionados aos médicos em 2002, com incentivo do projeto "Viva Mulher", que visava o controle nacional dos cânceres femininos.


O Sistema de Informação de Controle do Câncer de Mama (Sismama), só foi finalizado em 2009 pelo INCA e DataSUS. A ferramenta gerencia ações de detecção precoce do câncer de mama. No mesmo ano, um Encontro Internacional sobre Rastreamento do Câncer de Mama foi realizado no Rio de Janeiro, com debates sobre programas nacionais de rastreamento populacional do câncer de mama na América do Norte e na Europa.

"Até hoje, buscar o debate sobre o câncer de mama é muito importante. Os avanços tecnológicos representam uma importante conquista para os pacientes", afirma o dra. Karina.


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