O que pode parecer uma simples brincadeira de criança ou ser visto como um passatempo de algum nerd, cada vez mais se transforma em uma ferramenta que permite influir no aprendizado e no cuidado da saúde por crianças e adolescentes - os jogos virtuais voltados para a área de saúde.
Primeira aproximação ao uso de jogos digitais para Comunicação e Saúde, o pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), da Fiocruz, Marcelo de Vasconcellos, coordena o projeto voltado para jovens que aborda a vida de pessoas que convivem com a Aids, explorando como os diversos personagens lidavam com a realidade da doença.
"Partimos de uma pesquisa realizada no Icict que mostrava o descompasso entre os materiais oficiais de comunicação em saúde tratando da Aids e os jovens e adolescentes, que seriam alvo deste material. A pesquisa apontava a necessidade de se contextualizar o conteúdo de saúde para a realidade cotidiana do jovem, fugindo do formato clínico, tão comum nestes materiais. Com isto em mente, imaginamos um jogo formado pelas histórias de vida de pessoas tocadas pela Aids, explorando como os diversos personagens lidavam com a realidade da doença, colocando-a em um contexto mais humano", explica o pesquisador.
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O projeto produziu um protótipo com o cenário principal do jogo (uma praça típica da Zona Norte do Rio de Janeiro) e alguns personagens. "Entretanto, jogos digitais tridimensionais como este demandam muito tempo e recursos para sua finalização, e embora o protótipo seja funcional, ainda há muito trabalho a se fazer. Nosso próximo passo é buscar investimentos para dar continuidade ao projeto", acrescenta.
Para o pesquisador, a presença dos jogos digitais em nossa sociedade é intensa e isso só tende a aumentar, o que torna relevante investigar esta mídia. "Nosso objetivo é tornar o Icict e a Fiocruz uma referência na pesquisa e desenvolvimento de jogos para a saúde no Brasil, assim como no seu emprego em favor da saúde da população", ressalta.