Corpo & Mente

Projeto de Londrina conscientiza mulheres jovens sobre o câncer de mama

30 set 2020 às 17:15

Só em 2020, o Inca (Instituto Nacional de Câncer) estima que 66.280 pessoas foram diagnosticadas com o câncer de mama no Brasil. A doença, que atinge em sua maioria mulheres, é causada pela multiplicação desordenada de células da mama.


Para conscientizar e prevenir a doença, a campanha do Outubro Rosa reforça a importância das mulheres fazerem o autoexame das mamas para identificar quaisquer alterações ou sinais. Em grande parte dos casos, o câncer pode ser detectado nas fases iniciais e possibilitar um tratamento menos agressivo.


Em Londrina, o projeto de pesquisa e extensão "Cultivando Saúde: prevenção contra o câncer de mama”, do departamento de ciências Patológicas da UEL (Universidade Estadual de Londrina), criado pelo dr. Carlos Coral de Oliveira, alerta para o câncer de mama desenvolvido na população feminina mais jovem, aquela com menos de 40 anos.


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A coordenadora, doutora e professora de biomedicina, Maria Angelica Ehara Watanabe, conta que, por meio de pesquisa, a equipe do projeto notou que, apesar de ser um número baixo, a quantidade de mulheres jovens diagnosticadas com câncer de mama na América Latina é razoável ao ponto de se haver a necessidade de criar um projeto de extensão para a população feminina.


"Quando se fala em câncer de mama, logo lembramos da mamografia. A oferta desse exame é feita para mulheres acima dos 50 anos acompanhadas da orientação médica a cada dois anos. Então a equipe se perguntou: ‘mas e as mais jovens? Como fazem?’”, explica Watanabe. Diante do questionamento e do fato de que o comportamento do tumor é mais agressivo em mulheres com menos de 40 anos, criou-se o projeto que desenvolve ações em três frentes.


A primeira é o trabalho no hospital do Câncer de Londrina. A equipe conversa e faz entrevistas com as pacientes para coletar informações sobre os hábitos alimentares e da vida social delas. Isso é feito pois, através de estudos, percebeu-se que o câncer começava a se desenvolver em mulheres que haviam tido algum episódio marcante em suas vidas cerca de um ano antes do diagnóstico, uma situação conhecida como "estresse crônico".


Outra frente é a conscientização sobre a importância do estilo de vida saudável com alunas universitárias. A equipe notou que a falta de tempo, a instabilidade financeira e a falta de habilidades culinárias estão relacionadas a uma alimentação não balanceada das jovens estudantes, o que pode acabar se tornando um fator para o surgimento de uma doença crônica.


A pesquisa de extensão também desenvolve ações em escolas públicas de Londrina e região. Por meio de palestras, a equipe tira as dúvidas das estudantes do Ensino Médio e também incentiva elas a orientarem mães e familiares sobre a prevenção do câncer. Com as aulas suspensas, as palestras estão ocorrendo de maneira on-line.


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O projeto conta com a participação de alunos de pós-graduação e graduação, do médico oncologista de mama do hospital de Câncer de Londrina, dr. Clodoaldo Zago Campos, do médico psiquiatra dr. Luiz Gustavo Picolli de Melo, das médicas patologistas dra. Marina Kishima e dra. Alda Guembarovski e dos docentes da UEL dra. Marla Amarante e dra. Roberta Guembarovski.


"Esperamos transformar de modo efetivo a realidade da comunidade local, interferindo positivamente no entendimento do diagnóstico precoce do câncer de mama e no auxilio da prevenção”, finaliza Watanabe.

*Sob supervisão de Larissa Ayumi Sato.


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