Hoje já conhecemos vários tipos de hepatites, que vão de A até a E. Para as hepatites A e B que são as mais comuns, existem vacinas. A hepatite A é a mais comum das hepatites e normalmente tem uma evolução benigna e seu tratamento é feito apenas com sintomáticos para náuseas e vômitos, assim como para febre.
A transmissão desse tipo de hepatite ocorre pela via fecal oral, ou seja, o vírus é eliminado pelas fezes e entra em contato com o corpo quando ingerido por alimentos e líquidos contaminados com as fezes. "É necessário cuidado especial em relação ao local onde comemos e bebemos, e é imprescindível a lavação das mãos após usar o sanitário e na manipulação de alimentos", explica Dr. Carlos Eduardo Prado Costa, médico clinico geral e membro da Sociedade Internacional de Medicina
Sexual.
Embora a evolução da hepatite A seja benigna, ela tem uma variável fulminante que leva a morte rapidamente. "A hepatite A pode levar trinta dias da contaminação até a manifestação dos sintomas e as vezes pode ocorrer sem nenhuma manifestação sintomática", alerta Dr Carlos. Os sintomas mais comuns são a icterícia (amarelão), colúria ( urina escura, cor de coca – cola), acolia ( fezes brancas), fadiga, mal-estar geral, letargia (sonolência, apatia), náuseas e vômitos, febre e dor de cabeça, dor no lado direito do abdômen.
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Dr Carlos orienta que é importante tomar cuidados, como evitar o uso de alimentos ricos em gordura e uso de álcool de qualquer quantidade. Indica-se uma dieta mais rica em carboidratos, principalmente de pequenas quantidades regulares de doces e principalmente pé de moleque."Aos diabéticos o açúcar deve ser muito restrito assim como os demais carboidratos", lembra. A vacina contra hepatite A é 100% eficaz e deve ser iniciada em crianças a partir de um ano de idade em duas doses com intervalo de seis meses, no adulto não há limite de idade.
Já a hepatite B pode se tornar crônica e levar a cirrose e câncer de fígado. O modo de transmissão ocorre pelo sangue e líquidos corporais (contato sexual, uso de drogas injetáveis, hemodiálise e transfusões, tatuagens e colocação de piercing, profissionais de saúde não vacinados). As medidas preventivas incluem o uso de preservativos, para todas as relações sexuais.
Ao submeter-se a alguma cirurgia programada, que pode vir a precisar de sangue, o ideal é fazer a auto transfusão. "O procedimento é procurar o hemocentro, de dois à três meses antes e realizar a retirada do sangue, para que este seja armazenado para a sua cirurgia", orienta Dr Carlos. Para os que são adeptos ao uso de tatuagens e piercing, o correto é procurar saber informações do local onde será realizado o procedimento, verificar se o material é descartável e/ou esterilizado.
A hepatite B pode ser transmitida da mãe portadora para o filho no momento do parto, portanto a vacinação deve ser realizada nas crianças logo ao nascimento num esquema de três doses sendo a primeira logo após o nascimento (primeiras horas), a segunda de um a dois meses após a primeira e a terceira dose com seis meses após a primeira. "Não há necessidade de reforço. A eficácia da vacina em adultos é de 95 % dependendo de alguns fatores como obesidade, diabetes e insuficiência renal crônica pode haver menor eficácia", garante o médico. Existe a vacina combinada para hepatite A+B para os adultos que não receberam nenhuma vacina para hepatite A ou B. Também é realizada no esquema de três doses.
A hepatite B pode evoluir com sintomas como na hepatite A ou sem sintomas. Após seis meses se torna crônica e pode não haver mais nenhum sintoma, podendo ser detectada apenas com os exames das enzimas hepáticas elevadas. "Pacientes com hepatite crônica deverão ser tratados com medicamentos mais específicos assim como acompanhamento especializado", conclui.