Muitos brasileiros são vitimas de doenças cardíacas desencadeadas por conta da hipertensão, e o consumo de sódio tem contribuído, não apenas para essa patologia, mas para outras doenças graves, como problemas renais e obesidade, explica a nutricionista Cibele Gonsalves.
"O acordo entre o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), para redução do teor de sódio em alimentos processados, é uma boa iniciativa para reverter esse cenário. Contudo, são importantes outras medidas, tais como trabalhar para reduzir a quantidade de gorduras saturadas e trans, açúcar, conservantes e acidulantes", explica.
A especialista ressalta que é um trabalho árduo, pois, além da cooperação das Indústrias para tornarem seus produtos mais saudáveis e nutritivos do ponto de vista do sódio, tem-se, ao mesmo tempo, a necessidade de conscientizar os consumidores para a aquisição de alimentos mais saudáveis e que contenham naturalmente menos sódio. "A conscientização é fundamental. Temos visto que mesmo com as ações já realizadas por parte do Ministério da Saúde e a Abia para melhorar a qualidade dos alimentos, o número de brasileiros hipertensos ainda é alto".
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Além disso, existem diversos fatores que contribuem para o aumento do número de pacientes hipertensos, por exemplo, hábitos alimentares e estilo de vida. "O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para manter está doença sob controle".
Uma das melhores estratégias para o combate aos problemas da hipertensão são os hábitos alimentares. Por conta de uma rotina complicada, na qual as pessoa não dispõem de muito tempo para consumir produtos in natura, porque seu preparado é mais demorado e trabalhoso, acabam optando por alimentos altamente processados, ricos em sódio, açúcar e gorduras nocivas à saúde cardiovascular.
Diante disso, a nutricionista recomenda que as pessoas sempre leiam o rótulo do produto que comprarão. "Se houver algum nutriente que você tenha dificuldade para falar, imagine a dificuldade que seu corpo terá para digeri-lo. Digo isso porque quanto mais próximo do natural for o alimento, melhor para o processo de digestão e absorção de seus nutrientes".
Além disso, ela enumera alguns alimentos processados que prejudicam a saúde do coração. "É bom evitar produtos com grande quantidade de sódio, presentes em temperos e caldos prontos, refeições instantâneas (macarrão, sopa e risoto), enlatados (milho e ervilha), comidas prontas em potes (feijão, molhos, lanches e pizzas), biscoitos industrializados salgados, embutidos (presunto, mortadela, salsicha e linguiça), carnes conservadas no sal (carne seca e bacalhau), queijos amarelados (ementhal, gouda, gorgonzola e prato, que, além de sódio, contêm alto teor de gorduras) e, principalmente, reduzir o uso do saleiro na mesa".
Mas também existem boas opções. "São permitidos aqueles alimentos ricos em fibras alimentares (cereais com baixo teor de açúcar), os congelados (ervilha e seleta de legumes) e frutas desidratadas, que são muito práticas de serem consumidas." A nutricionista reforça que quanto mais próximo do natural for o alimento, melhor será para saúde, em especial a cardiovascular.