Pouco divulgado, o câncer colorretal ou do intestino grosso é uma doença facilmente curável quando descoberta no início. No fim do Mês de Prevenção contra a doença, o Instituto Oncoguia lembra que com exames a cada dez anos é possível prevenir 40% das mortes pela doença.
Este tipo de câncer está entre os quatro tipos com maior incidência no Brasil. A previsão é que em 2014 surjam 32,6 mil novos casos da doença, que é mais comum em pessoas com mais de 50 anos. Segundo Rafael Kaliks, diretor científico do Instituto Oncoguia, o câncer colorretal costuma surgir a partir de pólipos, que se descoberto e tratado cedo, não viram câncer. Na avaliação do especialista, é necessário que o governo invista em campanhas de prevenção, assim como faz com câncer de mama e de próstata. "É um câncer do qual se fala muito pouco", disse.
Em 2011, mais de 14 mil pessoas morreram em decorrência da doença. De acordo com o Kaliks, em geral a prevenção do câncer colorretal pode ser feita através da pesquisa de sangue oculto nas fezes, que a partir dos 50 anos de idade deve ser feita a cada um ou dois anos e que é oferecido pela rede pública de saúde.
Leia mais:
Projeto de Londrina que oferece música como terapia para Alzheimer é selecionado em edital nacional
Unindo religião e ciência, casa católica passa a abrigar consultório psicológico gratuito na zona sul
'Secar' o corpo até o verão é possível, mas exige disciplina e acompanhamento
Ministério da Saúde inclui transtornos ligados ao trabalho na lista de notificação compulsória
Para quem tem histórico de pessoas com esse tipo de câncer na família é importante que seja feita a colonoscopia - exame através do qual é colocada uma câmera numa espécie de cano articulado e que é introduzido através do ânus no intestino e que possibilita a retirada de pólipos.
"O ideal é que essas pessoas, descendentes diretos de pessoas que tiveram câncer de intestino o ideal é que comecem a fazer a colonoscopia 10 anos mais jovem do que a idade que o parente teve o diagnóstico. Dependendo do caso, esses pacientes devem repetir a colonoscopia a cada um ou dois anos", explicou Kaliks.
"O ideal seria que todos fizessem a colonoscopia, que é um exame mais completo, que pode rastrear o pólipo antes da evolução para o câncer, mas na ausência deste exame, a pesquisa de sangue oculto nas fezes já tem um papel importante de reduzir a mortalidade por esse tipo de câncer", explicou Kalik. Geralmente, a rede pública só oferece esse exame para quem já tem sintomas, e portanto, já está praticamente diagnosticado.
O Ministério da Saúde alerta que desconforto abdominal com gases ou cólicas, sangramento nas fezes, sangramento anal e sensação de que o intestino não se esvaziou após a evacuação são sinais de alerta para esse tipo de câncer. Também pode ocorrer perda de peso sem razão aparente, cansaço, fezes pastosas de cor escura, náuseas, vômitos e sensação dolorida na região anal, com esforço ineficaz para evacuar. Porém, de acordo com Kaliks, quando estes sinais aparecem a doença costuma estar em estágio avançado.
Uma dieta rica de vegetais e laticínios e pobre em gordura, além de atividade física regular previnem o câncer colorretal. Fatores como idade acima de 50 anos, história familiar de câncer colorretal, história pessoal de câncer de ovário, útero ou mama, baixo consumo de cálcio, além de obesidade e sedentarismo, contribuem para aumentar o risco de desenvolvimento da doença.