Suar é normal, afinal, o papel do suor é regular a temperatura do corpo. Em excesso, porém, pode causar desconfortos. Quem sua em quantidade anormal pode ter hiperidrose, uma condição em que as glândulas sudoríparas trabalham mais do que o necessário.
De acordo com Marilycia Piovesano, dermatologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, há dois tipos de glândulas que secretam suor: as écrinas e apócrinas. As primeiras liberam um líquido claro e inodoro, sendo a maior parte de água, enquanto as apócrinas liberam um líquido viscoso e inodoro que, quando decomposto por bactérias, leva ao surgimento de um odor desagradável.
O cirurgião torácico da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Mauro Tamagno, explica que é importante que as pessoas que suam excessivamente procurem um médico, já que a hiperidrose pode ter múltiplas causas, primárias ou idiopáticas – como o funcionamento excessivo das glândulas sudoríparas – ou pode estar associada a algum tipo de doença, como transtornos hormonais, menopausa precoce, além de outros problemas. "Investigamos, por meio de exames, se há alguma causa que justifique esse transtorno", diz o médico.
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Mais comum nas mãos, axilas e pés, a hiperidrose normalmente começa a incomodar a partir da pré-adolescência e se estende pela vida adulta. Além disso, o estresse contribui para aumentar a sudorese. Por ser a fase mais ativa da vida, onde surgem as maiores responsabilidades, controlar a ansiedade é importante para amenizar a atividade excessiva das glândulas.
Veja abaixo as técnicas disponíveis para tratar e até mesmo acabar com a hiperidrose:
Simpatectomia: Tamagno explica que a simpatectomia é considerado o tratamento definitivo. É uma cirurgia de baixo risco e feita de forma minimamente invasiva. "O paciente é internado no mesmo dia da cirurgia, passa pelo procedimento cirúrgico e normalmente costuma receber alta no dia seguinte", explica. No pós-operatório o paciente pode voltar às atividades normais, apenas se resguardando de esforços físicos durante 10 dias.
Toxina botulínica: "O uso da toxina botulínica não serve apenas para amenizar rugas, mas também para diminuir a ação das glândulas sudoríparas, o que diminui temporariamente a sudorese", explica Marilycia. A dermatologista conta que o procedimento é simples, feito de forma ambulatorial, mas que deve ser repetido a cada seis meses, em média. Pode ser realizado nas axilas, nas mãos ou nos pés.
Medicamentos: "É possível tratar a hiperidrose por meio de medicamentos anticolinérgicos. No entanto, eles não são isentos de efeitos colaterais, já que podem causar alguns problemas na visão noturna, além de boca seca, tontura e problemas com a micção. São opções, porém, quando o tratamento cirúrgico não é indicado."