Cientistas alemães apresentaram uma nova tecnologia de tratamento dentário a base de jatos de plasma, que, segundo eles, cortará significativamente a dor e o desconforto causados pelos tratamentos convencionais com broca.
O estudo, realizado pela Universidade de Saarland e relatados na revista especializada Journal of Medical Microbiology, descobriu que o plasma destruiu as bactérias em dentes infectados.
Stefan Rupf, que liderou o estudo, afirmou que a baixa temperatura do plasma matou os micróbios e preservou o dente. "A broca é uma experiência que gera muito desconforto e, em algumas vezes, dor. Por outro lado, o plasma frio é um método completamente sem contato (com o dente) que é muito eficaz", afirmou.
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"Atualmente há muito progresso no campo da medicina com uso de plasma e o tratamento clínico para cavidades dentais pode ser esperado para dentro de três a cinco anos."
Normalmente, a broca do dentista é usada para limpar a bactéria alojada em uma cavidade no dente, uma cárie, antes do dentista preencher a cavidade.
A equipe de pesquisadores da Universidade Saarland usou o jato de plasma com o mesmo propósito e constatou que o novo procedimento é capaz de fazer a limpeza de forma rápida e eficaz, mesmo quando a bactéria estava alojada na dentina, a principal parte do dente, abaixo do esmalte.
Luzes fluorescentes
A matéria pode se apresentar em vários estados: sólido, líquido, gasoso e um quarto estado, plasma, que é na verdade o estado mais comum no Universo.
Existem muitas formas naturais de plasma, na matéria que forma o Sol e nos raios que caem durante tempestades, e o uso de plasma artificial é bastante comum na tecnologia moderna, por exemplo em luzes fluorescentes e na fabricação de semicondutores.
O plasma artificial pode ser criado quando se adiciona energia a um gás, usando um campo elétrico ou laser. A matéria resultante pode se comportar de forma diferente quando entra em contato com outras partículas.
Muitos plasmas artificiais podem ser extremamente quentes. Mas o progresso alcançado nos últimos anos permitiu a criação do plasma frio.
Com isso, os cientistas conseguiram desenvolver técnicas que permitem o uso deste plasma para tratar áreas minúsculas específicas no corpo humano. O jato de plasma é capaz de atingir e eliminar bactérias sem afetar o tecido ao redor.
O professor Bill Graham, físico da Universidade Queen's, de Belfast, afirmou que a medicina com uso de plasma tem o potencial para atingir alvos minúsculos, talvez até uma única célula.
Graham afirma que "bisturis de plasma" já estão sendo usados na medicina esportiva e também há interesse no uso deste instrumento em pacientes com queimaduras.
"Obviamente, assim como com qualquer outro tratamento, precisamos verificar se pode ser usado com segurança, mas não há provas no momento de que existam problemas", afirmou.