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Esfíncter artificial

Tecnologia substitui após cirurgia de câncer de próstata

Redação Bonde
18 set 2013 às 09:46

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Após a cirurgia para tratamento de câncer de próstata, um problema pode fazer parte da vida do homem: a incontinência urinária. Em estudo realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 25% dos homens submetidos à remoção cirúrgica da próstata permaneciam com incontinência urinária um ano após a cirurgia, precisando recorrer a fraldas para controlar o problema. "O estudo foi realizado em um hospital de alto nível, referência nacional para o tratamento do câncer de próstata. É provável que em outros lugares no Brasil, este número seja ainda maior", explica o urologista do Hospital da Clínicas e um dos responsáveis pelo estudo, Cristiano Gomes.

Dados da Sociedade Brasileira de Urologia mostram que a incontinência urinária afeta 10 milhões de pessoas no Brasil, sendo que, no homem, a ocorrência está associada, na maioria dos casos, a cirurgias na próstata. De acordo com o especialista, o procedimento pode afetar o funcionamento do esfíncter uretral - músculo que envolve a uretra e é responsável pelo controle da urina - causando perda involuntária de urina.

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"A incontinência urinária é a consequência da prostatectomia radical (retirada total da próstata) que mais afeta a qualidade de vida do homem, até mais que a disfunção erétil. Além de prejudicar a sexualidade, também tem efeitos negativos na vida social, causando depressão, ansiedade, problemas de autoestima e nos relacionamentos interpessoais", explica Gomes.

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Solução definitiva

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No Brasil, uma tecnologia classificada mundialmente como padrão ouro na medicina para tratamento da incontinência urinária masculina grave pode acabar com o uso de fraldas. Denominado esfíncter artificial, o dispositivo é implantando em procedimento cirúrgico e substitui o mecanismo natural de continência por meio de uma prótese, que é acionada pelo próprio homem quando tem vontade de urinar. No restante do tempo, o esfíncter permanece fechado. "A taxa de sucesso do esfíncter artificial é de 90%, número bastante expressivo para os padrões da medicina. Apesar do custo, é a solução mais eficaz e completa para curar homens que sofrem com incontinência urinária grave", afirma Gomes.


Nos casos leves a moderados, as opções de tratamento são os slings – malhas cirúrgicas que funcionam como um suporte reforçando a sustentação da uretra, com 70% de eficácia e as injeções endoscópicas.

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Para o urologista, falta de acesso e desconhecimento da população sobre as opções de tratamento para incontinência urinária são os principais motivos que resultam no uso de fraldas, que tem um grave impacto na qualidade de vida. Um homem que teve câncer de próstata aos 50 anos, por exemplo, e ficou incontinente, pode chegar a ter mais de 30% de seu período de vida comprometido pelo incômodo das fraldas. "Faltam alternativas no sistema público de saúde", afirma.


Como funciona um esfíncter artificial?

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O sistema é composto de um manguito – espécie de anel preenchido com líquido estéril, balão regulador de pressão e bomba de controle conectados por tubos.


1 – O manguito reproduz a função do esfíncter natural, comprimindo levemente a uretra para manter a urina na bexiga.

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2 – Ao sentir vontade de urinar, o homem pressiona a bomba de controle, que fica no interior do escroto.


3 – Acionada, a bomba transfere o líquido do manguito para o balão regulador, abrindo a uretra e permitindo a micção.

4 – Após alguns instantes, o líquido retorna automaticamente para o manguito, fechando a uretra.


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