Chama-se nistagmo o tremor ocular involuntário, rítmico, oscilatório e repetitivo que tem a importante missão de chamar a atenção de seus portadores para problemas oftalmológicos e neurológicos.
"O nistagmo é um movimento involuntário dos olhos, geralmente de um lado para outro, o que dificulta drasticamente a formação das imagens e leva a uma baixa visual intensa", explica o oftalmologista Mario Jampaulo, do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB). Ele sinaliza que esses movimentos também podem ser verticais ou circulares e surgir isoladamente ou associados a doenças como esclerose múltipla, catarata e labirintite.
Estima-se que este tremor ocular afete uma a cada mil pessoas. Em geral, o nistagmo provoca incapacidade de fixar imagens e uma significativa baixa visual, especialmente para a visão à distância. Esta disfunção pode ser congênita ou adquirida.
Leia mais:
Projeto de Londrina que oferece música como terapia para Alzheimer é selecionado em edital nacional
Unindo religião e ciência, casa católica passa a abrigar consultório psicológico gratuito na zona sul
'Secar' o corpo até o verão é possível, mas exige disciplina e acompanhamento
Ministério da Saúde inclui transtornos ligados ao trabalho na lista de notificação compulsória
Causas – Mário Jampaulo lembra que o nistagmo congênito difere do iniciado na fase adulta. Na infância, o tremor pode ter causas relacionadas a um defeito do olho ou na relação de comunicação entre o olho e o cérebro. O nistagmo pode ser associado também à catarata, doenças na retina, albinismo e é percebido com frequência em pacientes com síndrome de Down. Alguns tipos de nistagmo podem ser hereditários, quando passados de pai pra filho, esclarece.
"O nistagmo adquirido pode ser um sintoma de esclerose múltipla, também pode estar associado à lesão neurológica aguda, trauma ocular intenso, labirintites, desordens na mácula (região central da retina responsável pela formação da imagem) entre outras doenças", completa.
Tratamento – O oftalmologista do HOB salienta que o nistagmo não tem cura, mesmo quando a doença que o causa é tratada. No entanto, existem artifícios para minimizar a frequência desses tremores e melhorar a qualidade de vida dos portadores dessa desordem, principalmente nas crianças. "Na infância há mais facilidade de adaptação do que na fase adulta. Portanto, é importante um apoio educacional para ajudar no processo de focalização de imagens e promover um bom condicionamento visual. Nesses casos é imprescindível que a criança tenha disponível os recursos existentes para portadores de visão subnormal desde o material didático, computadores com letras aumentadas, lupas e ampliadores", orienta Jampaulo.
Entre os recursos disponíveis para o tratamento do nistagmo estão a ortóptica (oclusão alternada), uso de óculos com prismas para corrigir o mau posicionamento da cabeça e mudança dos óculos por lentes de contato. Há ainda o tratamento a base de medicamentos que inibem os tremores e procedimento cirúrgico sobre os músculos dos olhos em busca de melhoria da acuidade visual. Atualmente, existem estudos que avaliam a influência da toxina botulínica nesses músculos com a intenção de diminuir o ritmo dos tremores, comenta o oftalmologista (com ATF Comunicação Empresarial - Assessoria de imprensa do HOB).