Uma pesquisa feita pelo Ibope mostra que mais de um terço da população acima de 16 anos nunca foram ao oftalmologista. O dado se torna ainda mais preocupante com a confirmação de que 60 mil pessoas com mais de 40 anos de idade já adquiriram doenças como o glaucoma no Estado.
Esses números despertam um alerta para o risco de crescimento acelerado de cegueira nos próximos anos, já que a expectativa de vida aumentou, e o diagnóstico tardio pode levar ao desenvolvimento de doenças degenerativas como oglaucoma, a principal causa de perda de visão irreversível no Brasil.
A doença atinge 2% dos brasileiros acima dos 40 anos (cerca de 1 milhão de pessoas), chegando a triplicar após os 70 anos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a cada ano são registrados 2,4 milhões de novos casos no mundo.
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O grande problema é que o glaucoma é uma doença silenciosa, que costuma apresentar sintomas quando já está em estágio avançado. A pesquisa também apontou que o desconhecimento sobre a doença e sobre os fatores de risco do glaucoma foram maior na região Sul do que em qualquer outra parte do país. Quando o fator de risco é a raça negra, o desconhecimento é total: 100% dos entrevistados não sabem sobre a predisposição genética para pessoas afrodescendentes.
Dentre os entrevistados na região Sul, 34% nunca ouviram falar glaucoma, 29% acreditam que a cegueira causada pelo glaucoma pode ser revertida e mais da metade (59%) não sabem ou consideram que a doença tem cura.
A adesão ao tratamento é fundamental para que a enfermidade não evolua ainda mais, pois não existe cura para o glaucoma, mesmo em pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos. Com o cuidado adequado, é possível estabilizar a visão do paciente.
Devido a esse cenário tão grave, a orientação da Sociedade Brasileira de Glaucoma é investir em exames periódicos – pelo menos uma vez ao ano.