A congestão nasal é uma reação do organismo a processos infecciosos alérgicos, virais ou bacterianos, como a gripe, os resfriados e a sinusite, ou por problemas anatômicos, como o desvio do septo. "Com a mucosa nasal irritada, os vasos sanguíneos se dilatam, o volume de sangue e também de secreção aumentam na região, dificultando a respiração. Com o uso do descongestionante, que contêm substâncias vasoconstritoras, os vasos se contraem, desincham e sobra mais espaço para a passagem do ar", explica Arnaldo Tamiso, otorrinolaringologista do Hospital Paulista.
Além disso, durante as estações com clima frio e seco, os agentes alérgenos, como poeira e poluição, ficam mais tempo suspensos no ar, aumentando mais a irritação da mucosa nasal e favorecendo o entupimento do nariz. "Mesmo assim, o descongestionante só deve ser usado em casos específicos, por exemplo, durante um resfriado, quando a pessoa não consegue dormir porque não está respirando bem. Mas o uso deve ser pontual e por, no máximo, cinco dias", diz o especialista.
Riscos e alternativas
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Uma das consequências do uso frequente deste medicamento é que o efeito tende a diminuir, e o nariz volta a ficar entupido cada vez mais rápido. Assim, a passagem do ar só acontece de forma satisfatória com o uso do produto. "Outros problemas mais graves podem surgir, tais como a rinite medicamentosa, taquicardia e hipertensão. O ideal seria existir a necessidade de prescrição médica para a venda desse remédio nas farmácias", alerta o otorrinolaringologista.
Uma alternativa para aqueles que desejam parar com o uso contínuo de descongestionantes nasais é fazer uma avaliação com um otorrinolaringologista para identificar possíveis desvios no septo e inchaço nasal, podendo, até mesmo, realizar uma cirurgia para a correção.
Para casos pontuais, como resfriados e sinusites, é importante evitar a irritação da mucosa. "Aplicar soro fisiológico nasal com frequência, manter-se hidratado e conservar a casa limpa e arejada podem ajudar muito", afirma Tamiso.