Logo após a confirmação da gravidez, a gestante deve procurar uma unidade básica de saúde para iniciar o pré-natal. O acompanhamento permite identificar e reduzir muitos problemas de saúde que podem acometer a saúde da mãe e da criança. Possíveis doenças e disfunções podem ser detectadas e tratadas precocemente.
A vacinação é parte fundamental deste cuidado. A imunização durante a gestação protege não somente mãe, mas também o bebê. A gravidez e a amamentação ajuda proteger a criança até ela poder começar a vacinação infantil.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde recomenda quatro vacinas neste período: a influenza; hepatite B; dupla adulto (difteria e tétano - dT); e a difteria, tétano e coqueluche (dTpa).
Leia mais:
Projeto de Londrina que oferece música como terapia para Alzheimer é selecionado em edital nacional
Unindo religião e ciência, casa católica passa a abrigar consultório psicológico gratuito na zona sul
'Secar' o corpo até o verão é possível, mas exige disciplina e acompanhamento
Ministério da Saúde inclui transtornos ligados ao trabalho na lista de notificação compulsória
A bióloga Talytha Dias, de 29 anos, está grávida de 12 semanas de seu primeiro. "Descobri que estava grávida com cinco semanas e logo comecei o acompanhamento. Acho fundamental o cuidado, tanto com as consultas como com a vacinação, que faz com que a mãe se sinta mais segura em relação ao bem estar e saúde do bebê", conta.
O esquema da vacinação depende do histórico de cada mulher e deve ser avaliado pelo profissional de saúde responsável pelo acompanhamento da gestação. A vacina de influenza, por exemplo, é aplicada durante a campanha nacional em qualquer momento da gravidez. A medicação contra hepatite B é aplicada em três doses após o primeiro trimestre. A dT também é administrada em três doses, com o intervalo de 60 dias entre elas. Já a dTpa é aplicada as 27ª e a 36ª semanas de gestação.
A vacina de difteria, tétano e coqueluche (dTpa) foi incorporada ao calendário de vacinação em 2014 e é fundamental para a redução da mortalidade dos recém-nascidos. Hoje, a coqueluche é um problema de saúde pública no mundo, devido ao seu aumento de casos nos últimos anos. No Brasil, 87% dos casos de coqueluche se concentram em crianças menores de seis meses. Isso acontece porque elas ainda não estão protegidas contra a doença, sendo mais suscetíveis. Dessa forma, as mães passam proteção aos seus bebês até que eles consigam cumprir o calendário completo de vacinação.
É claro que a vacinação não é o único ponto para a prevenção durante a gravidez. Além do acompanhamento médico, é fundamental que a futura mamãe cuide da alimentação e faça exercícios físicos para uma gestação tranquila e um bebê saudável.
PNI - O Programa Nacional de Imunizações do Brasil é uma referência internacional de política pública de saúde. O país já erradicou, por meio da vacinação, doenças de alcance mundial como a varíola e a poliomielite (paralisia infantil). A população brasileira tem acesso gratuito a todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
O Brasil conta atualmente com mais de 36 mil salas de vacinação espalhadas por todo território nacional, que aplicam por ano 300 mil imunobiológicos. Entre eles estão 27 vacinas, 13 soros e 4 imunoglobulinas, todos distribuídos gratuitamente com materiais seguros e de qualidade. Há ainda vacinas especiais para grupos em condições clínicas específicas, como portadores de HIV, disponíveis nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).