Um dos problemas estéticos que mais afetam os adolescentes – e esbarra em sua autoestima – é a acne. Segundo a Organização Mundial da Saúde, é uma doença que atinge cerca de 24 milhões de jovens no Brasil, afirma Joyce Rodrigues – Farmacêutica Bioquímica e Cosmetóloga, especialista no desenvolvimento de dermocosméticos e cosmecêuticos.
"A acne vulgar é uma patologia dermatológica tão frequente que pode ser considerada um processo fisiológico em adolescentes. É muito comum e uma das doenças mais conhecidas da humanidade, afetando até 98% dos adolescentes", informa a especialista. "Alguns tipos podem ter origem endócrinas, como nos casos de síndrome de Cushing, ovário policístico, hiperplasia adrenalina congenital, dismenorréia e hirsutismo. Por isso, uma consulta ao ginecologista e ao endocrinologista não pode ser descartada".
Existem cinco tipos de acne e o esteticista pode tratar as de grau um, dois e, eventualmente, a de grau três, com ajuda de um médico. Na de grau um, a seborréia e os cravos aparecem na pele. Na de grau dois, há o aparecimento de espinhas e de oleosidade excessiva. No grau seguinte, surgem os cistos. O quarto grau se caracteriza pela eliminação de pus e de cicatrizes permanentes. Já o grau cinco é muito raro e pode ocasionar até mesmo febre, mal estar e dores musculares. "O esteticista deve orientar o cliente como prevenir a formação e ruptura dos comedões, evitando a inflamação e o aparecimento de cicatrizes", explica Joyce.
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"Apenas 35% dos jovens das classes A e B com acne procuram um profissional. Muitos jovens usam automedicação e acreditam que a acne é um problema que não tem solução, o que não é verdade", esclarece Joyce. " Quando não é tratada, a acne pode até mesmo prejudicar a função emocional dos pacientes, gerando depressão, angústia e ansiedade, que pioram de acordo com a gravidade do problema", alerta.
Dicas:
· Diariamente, faça uma boa limpeza com água e sabonete líquido apropriado ou loção de limpeza desengordurante com ação anti-séptica, evitando as que contenham algum teor alcoólico;
· O peeling deve ser suave, pois a pele acneica tem muita irritabilidade. Emolientes que exijam aquecimento local não devem ser utilizados em casos de acne inflamatória. A trietanolamina 8% é uma excelente opção para casos de acne inflamatória;
· Aplique um secativo cicatrizante nas espinhas ou pústulas;
· Nos protocolos estéticos de tratamento de acne é bastante indicada a utilização de manobras manuais drenantes e calmantes após as extrações, como Drenagem Linfática e Shiatsu (sedante);
· Finalize sempre com filtro solar;
Confira, a seguir, alguns mitos e verdades sobre a acne, compartilhados por Joyce Rodrigues:
· Intestino preso provoca acne.
Mito. Não existe nenhuma relação entre hábito intestinal e acne.
· Lavar o rosto várias vezes ao dia ajuda a evitar a acne.
Mito. Isso pode provocar aumento da oleosidade da pele (efeito rebote).
· A acne piora quando a adolescente está menstruada.
Verdade. O período menstrual pode levar à exacerbação da acne em algumas mulheres.
· Tomar sol diminui a acne.
Mito. A sudorese excessiva e a radiação ultravioleta levam à formação de uma acne conhecida como estival ou acne do verão.
· A acne é contagiosa.
Mito. Apesar de ser uma infecção, não é contagiosa.
· O estresse piora a acne.
Verdade. O estresse pode agravar a acne principalmente em homens, sem, contudo, alterar a quantidade de sebo secretado pelas glândulas sebáceas.
· Cravos pretos são "sujos".
Mito. O escurecimento é provocado por oxidação, não por sujeira.
· Existem medicamentos que provocam acne.
Verdade. O uso de alguns medicamentos como os esteróides anabólicos, corticóides, lítio, brometos, isoniazida, fenitoína, fenorbabital, vitaminas B1, B6 e B 12, disulfiram, ciclosporina, azatioprina, quinidina, progestógenos androgênicos, coaltar, halotano e iodo pode agravar o problema.
· Espremer as espinhas ajuda a eliminar a inflamação.
Mito. É errado espremer as espinhas, porque ajuda a disseminar a inflamação e pode provocar cicatrizes por lesar a pele.