O escritor baiano João Ubaldo Ribeiro faleceu na madrugada do último dia 18, aos 73 anos, vítima de embolia pulmonar, doença causada quando um coágulo se desprende de algum vaso sanguíneo e obstrui a artéria pulmonar. Normalmente, esse coágulo (também conhecido como trombo ou êmbolo) se solta de vasos dos membros inferiores.
A gravidade da TEP (sigla para tromboembolia pulmonar) varia de acordo com o tamanho do coágulo. Segundo Andrea Sette, pneumologista do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, "há casos menos graves em que não há repercussão hemodinâmica, ou seja, na circulação sanguínea. Porém, os casos mais graves de TEP, com formação de trombos muito grandes, podem causar parada cardíaca e levar a pessoa a óbito antes mesmo que ela chegue ao hospital".
Conheça os principais sintomas:
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Dor torácica: é uma dor no peito, mas diferente da dor do infarto. "O paciente sente dor quando respira, como se houvesse uma fisgada no pulmão", explica a especialista.
Falta de ar: depende da extensão do coágulo, mas em geral, é um sintoma comum.
Mal-estar: o paciente pode sentir um mal-estar muito grande, com queda de pressão abrupta.
Taquicardia: na maioria dos casos, o coração dispara subitamente. "No caso de um coágulo muito extenso, há uma sobrecarga do ventrículo direito, que vai á falência, causando a parada cardíaca. Por este motivo, ocorre o óbito", afirma a pneumologista.
Andrea também explica que um indivíduo com este quadro deve ser levado imediatamente para o hospital. "O paciente que chega com estes sintomas deve ficar internado em terapia intensiva (UTI). Em geral, o tratamento é feito com anticoagulantes."
Agravantes
Doenças que aumentam a viscosidade do sangue são fatores de risco para a embolia pulmonar. Fumantes, pacientes de câncer, mulheres que tomam anticoncepcionais, pessoas com mobilidade reduzida nas pernas ou que sofreram grandes traumas, fraturas ou que ficaram acamadas têm maiores chances de desenvolver TEP. Voos prolongados, que dificultam a mobilidade, também podem levar à trombose.
"Quanto mais fatores associados, maior a possibilidade de a pessoa sofrer uma embolia. Uma mulher, por exemplo, que usa anticoncepcional, fuma e pega um voo longo têm maior probabilidade de desenvolver tromboembolismo", conclui Andrea.