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14 milhões de cardiopatas no Brasil

Atividades físicas podem fazer mal ao coração?

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
25 nov 2022 às 16:54

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- Micaela Orikasa - Grupo Folha
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Enquanto informações da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) estimam que no Brasil existem mais de 14 milhões de cardiopatas, o estudo “Copa do Mundo de Futebol como Desencadeador de Eventos Cardiovasculares”, da USP (Universidade de São Paulo), publicado na Copa anterior, explica que as ocorrências de infarto aumentam de 4% a 8% entre brasileiros, durante o campeonato. Pensando nisso, o grau de preocupação e cuidado dos especialistas está cada vez maior.


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Segundo a Dra. Paola Smanio, cardiologista do Fleury Medicina e Saúde, marca do Grupo Fleury, a atividade física, se realizada com segurança, reduz o risco de doenças cardiovasculares e, também, de outras enfermidades metabólicas e degenerativas.

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“Quem sofre de problemas no coração, pressão alta, obesidade, diabetes e outras comorbidades necessita de cuidados especiais para a prática de atividades físicas e a cautela deve ser ainda maior durante a Copa do Mundo, principalmente, nos dias de jogos do Brasil, quando o grau de ansiedade e estresse emocional fica mais elevado, podendo ser um fator de risco adicional”.

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Dados da SBH (Sociedade Brasileira de Hipertensão) mostram que a pressão arterial elevada já atinge 30% da população adulta. Com a prática esportiva adequada, bem orientada e com regularidade, pode -se observar a diminuição do percentual de gordura corpórea, que auxilia no controle tanto dos níveis de triglicerídeos, quanto nos de glicemia no sangue. 


“As atividades físicas interferem positivamente na função cardiovascular, controle dos níveis da pressão arterial, aumento do HDL-colesterol, triglicerídeos, melhor controle do peso corporal, diabetes e na liberação de neurotransmissores como endorfinas e serotonina que nos ajudam no controle do estresse”, ressalta a médica.

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Para esclarecer algumas dúvidas sobre o assunto “atividades físicas, coração e Copa do Mundo”, a Dra. Paola responde abaixo algumas perguntas.


1. Como realizar exercícios físicos de forma segura?

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Inicialmente, deve-se passar por uma avaliação médica, quando será recomendado a realização de exames diagnósticos complementares simples de rotina, se necessário até uma avaliação multidisciplinar poderá ser incluída.


2. Qual o grupo de pessoas deve ter mais cuidado para iniciar uma atividade física?

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As pessoas com comorbidades como portadores de doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes e obesidade, entre outros.


3. Qual o tipo de exercício físico é recomendado para pessoas que ainda não têm o hábito?

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É sempre importante iniciar e ir aumentando a intensidade e frequência da prática aos poucos e escolher uma modalidade em que o prazer esteja presente, sempre respeitando o limite da capacidade aeróbica e muscular de cada um. Além disso, deve-se prestar atenção na vestimenta e hidratação adequada de acordo com cada estação do ano.


4. Que tipo de exames são necessários para uma avaliação médica antes da prática dos exercícios?

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A avaliação médica independente da faixa etária, sempre deverá ser realizada por todos que pretendem iniciar uma atividade física, incluindo anamnese (entrevista com o paciente) e exame físico. 


Quanto aos exames complementares como eletrocardiograma, teste ergométrico, ecocardiograma e exame de sangue, serão recomendados de acordo com o perfil de risco traçado que inclui idade, hereditariedade, fatores de risco e doenças pré-existentes. Se necessário, conforme cada caso, poderão ser solicitados outros exames mais complexos.


5. Quem deve fazer esses exames? Tem alguma faixa etária mais indicada?


Ressalto que todos devem passar por uma avaliação com exame clínico e complementares para que o perfil de risco seja determinado. De acordo com a faixa etária, há maior predomínio de algumas causas de eventos cardiovasculares que devem ser investigados. 


Abaixo dos 35 anos, em geral, deve-se afastar doenças estruturais, congênitas e valvulares. Após os 35 anos a principal causa de eventos está mais associada à doença arterial coronária, entretanto, é a partir dos 40 anos que o risco passa a ter incremento. 


Qualquer pessoa pode estar sujeita a passar por uma intercorrência médica durante a atividade física, até mesmo os mais jovens, pois há casos nos quais as cardiopatias congênitas evoluem sem sintomas e durante a prática de exercícios físicos podem causar uma morte súbita.


6. Uma pessoa com problemas no coração pode realizar atividades físicas normalmente? Quais exercícios ou atividades físicas indicadas?


Depende. Para portadores de algumas doenças cardíacas estruturais, congênitas ou de maior gravidade o esforço pode estar contra-indicado, mas na maioria das vezes a atividade física é até benéfica. 


O ideal é ser acompanhada em serviços especializados de reabilitação cardiovascular e atividade física supervisionada, em que cada cardiopata será submetido a exames direcionados a sua patologia e receberá orientação médica sobre o nível de esforço a realizar. Assim, é possível decidir qual o tipo, intensidade e tempo de atividade física ideal.


7. Quanto à emoção dos jogos, qual a recomendação para os cardíacos?


Para aqueles que são muito estressados e ansiosos, recomendo que realizem uma avaliação com seu clínico ou cardiologista antes dos jogos da Copa do Mundo, visando uma adequação, inclusão ou mudança de conduta terapêutica. É importante buscar a estabilidade do ponto de vista clínico e emocional, podendo até ser necessário o uso de medicamentos que diminuam o grau de ansiedade e estresse.

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