Já somam 1.868 os casos de internação por síndrome de Guillain-Barré no Brasil. Em média, são cinco internados todos os dias, segundo dados do Ministério da Saúde. Se comparado com 2014, o aumento foi de 29,8%.
Até novembro do ano passado, a incidência tinha sido mais que o dobro em quatro Estados no Nordeste: Alagoas, com aumento de 516,7%, Bahia, com 196,1%, Rio Grande do Norte, com 108,7% e Piauí, com 108,3%. Os casos cresceram também no Espírito Santo (78,6%) e no Rio (60,9%). Os números são da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Segundo o Ministério da Saúde, o número não equivale ao de pacientes, já que a mesma pessoa pode ter mais de um registro de internação, por mudar de hospital, por exemplo.
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A síndrome de Guillain-Barré é um ataque do sistema imunológico a parte do sistema nervoso, mais precisamente aos nervos periféricos, que conectam o cérebro à medula espinhal e são responsáveis por enviar comandos de movimento para o resto do corpo. Trata-se de uma reação rara a vírus ou bactérias, que causa fraqueza gradual e paralisa dos músculos.
Em alguns casos, pode haver paralisia total ou complicações que podem matar (paralisia dos músculos que controlam a respiração, infecção sanguínea, coágulos pulmonares e parada cardíaca). Não há uma cura específica, e os tratamentos são voltados a reduzir a gravidade dos sintomas.
Existe ligação com a zika?
A OMS reconhece a coincidência "espaço-temporal" entre surtos da zika e a alta nos casos da síndrome, mas diante da escassez de dados ainda não estabelece um vínculo direto entre as doenças. O órgão estima que a incidência anual média desta paralisia no mundo seja de 0,4 a 4 casos por 100 mil habitantes, mas, como era uma doença rara, não há um histórico de notificações conclusivo.
Sabe-se que o surto da zika na Polinésia Francesa, entre 2013 e 2014, coincidiu com um aumento da Guillain-Barré na região. A relação também ficou mais evidente depois dos casos no Brasil e na Colômbia.
Atualmente, outros países registram aumento da síndrome e da zika, como El Salvador, Suriname e Venezuela.
Para a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), isso faz com que a relação entre zika e Guillain-Barré seja mais evidente até do que a entre zika e microcefalia --segundo o órgão, até o momento o Brasil foi o único país das Américas a registrar casos de má-formação no cérebro de bebês, mas a relação deve ficar mais clara a partir de abril quando serão divulgados estudos de caso.
(com informações do site UOL)