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Levantamento

Câncer de pênis atinge 2% dos brasileiros

Agência Estado
24 ago 2010 às 16:11

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- Reprodução
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Patologia pouco comentada no Brasil, o câncer de pênis atinge hoje 2% da população masculina do País, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia. Associada a maus hábitos de higiene, a doença é bastante invasiva e alcança índices alarmantes nas regiões Norte e Nordeste, onde chega perto de 10%.

Segundo o urologista Alexandre Crippa, do Hospital das Clínicas da FMUSP, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, em alguns países subdesenvolvidos a incidência é ainda maior, afetando principalmente homens a partir dos 30 anos.

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O Hospital das Clínicas recebe cerca de 60 pacientes com câncer de pênis por ano, de vários Estados. Desse total, em 80% dos casos há necessidade de amputação do membro. O número é preocupante pela gravidade e complexidade em que os casos chegam até o hospital, todos com urgência cirúrgica.

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Os sintomas são facilmente caracterizados, por parecer com uma úlcera e formar feridas no pênis. É aí que está o perigo. "A maioria dos pacientes não acredita que isso possa ser um câncer e demora a procurar ajuda médica, prejudicando o tratamento e a cura", afirma Crippa.

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O urologista destaca que muitos pacientes optam pela automedicação. "Eles pedem ajuda a farmacêuticos e, muitas vezes, tratam com antibióticos e pomadas, por confundir os sintomas com os de doenças sexualmente transmissíveis. Somente quando a medicação não faz efeito e os sintomas se agravam, é que a pessoa procura ajuda médica", revela.


Crippa explica que a fimose pode ser um fator de risco para a consolidação da doença, pois dificulta a higienização do pênis. "O rapaz que tem fimose sente dificuldades na limpeza, e isso faz com que ele sofra agressões químicas. Ao longo do tempo, surgem microtraumas que podem desencadear o câncer", alerta.

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Doença invasiva


O tratamento geralmente é feito por meio de cirurgia, pois o câncer avança de maneira rápida e causa traumas que somente essa intervenção pode reparar a tempo. O especialista acrescenta que, em muitos casos, a doença apresenta-se em estágio avançado, o que torna necessária a amputação total do órgão sexual. Se tratado a tempo, o paciente sofre danos menores, que não o impedirão de ter uma vida sexual ativa.

Segundo Crippa, por causa da eventual mutilação, o diagnóstico precoce é fundamental, pois evita grande parte do sofrimento e sequelas.


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