Incorporação da videolaparoscopia nos procedimentos de cirurgias bariátricas realizadas pelo SUS – Sistema Único de Saúde foi oficializada nesta quarta feira (1). "É uma grande conquista por se tratar de uma reivindicação antiga da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e com certeza terá um efeito positivo nos serviços de cirurgia bariátrica da rede pública e, principalmente, para os pacientes que aguardam para realizar a cirurgia", comemora o cirurgião curitibano, Caetano Marchesini, presidente da SBCBM.
No ano passado foram realizadas cerca de 100 mil cirurgias bariátricas em todo País. Desse total, apenas 10% dos procedimentos foram feitos na rede pública. "Com a videolaparoscopia podemos ampliar os atendimentos no SUS, pois tanto a cirurgia quanto a recuperação do paciente demandam um tempo menor", acrescenta o médico Marchesini.
Considerado um procedimento menos invasivo e mais seguro, a laparoscopia possibilita ao paciente um tempo menor de recuperação. A cirurgia não tem indicação como tratamento estético e sim para melhora de doenças associadas à obesidade e qualidade de vida. Deve ser recomendada apenas para pacientes com IMC igual ou maior que 40kg/m² e pode ser realizada em casos de IMC entre 35kg/m² e 40kg/m², desde que o paciente tenha comorbidades como, por exemplo, diabetes e hipertensão.
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Aberta x Laparoscópica
Para a cirurgia aberta são necessários até três dias de internação , já para o procedimento laparsocópico geralmente apenas 2 dias . Na cirurgia realizada por videolaparoscopia são feitas cinco ou seis pequenas incisões no abdômen de 0,5cm e 1cm para a introdução das cânulas por onde são introduzidas as pinças e para realizar o procedimento e uma câmera, responsável pela visualização do procedimento. Enquanto na cirurgia aberta os pacientes levam de 30 a 60 dias para voltarem às suas atividades de trabalho, na cirurgia laparoscópica eles já estarão liberados em 15 dias.
Outras vantagens que envolvem a cirurgia laparoscópica são a diminuição do risco de hérnias e infecção da ferida cirúrgica que são muito maiores na cirurgia aberta.
A SBCBM segue as diretrizes que foram estabelecidas em reunião conjunta com Ministério da Saúde e Conselho Federal de Medicina, que gerou a Resolução CFM n° 1.766, de 2005, atualizada posteriormente para resolução CFM n° 2.131/15. Nela estão definidas as indicações para a cirurgia bariátrica, como deve ser montada a equipe multidisciplinar que fará o acompanhamento de cada paciente, os tipos de cirurgias autorizadas no Brasil, além de outras diretrizes legais.
Antes da cirurgia vale destacar que a primeira recomendação para o tratamento da obesidade deve ser o tratamento clínico pela mudança de estilo de vida, com reeducação alimentar, a adoção de hábitos saudáveis e exercícios físicos regulares. O passo seguinte é a associação de medicamentos que auxiliem na perda de peso. Quando o médico e o paciente se convencem de que se esgotou a tentativa de tratar a obesidade exclusivamente pela mudança do estilo de vida, a alternativa mais eficaz é a cirurgia bariátrica e metabólica.
De acordo com as orientações da resolução a cirurgia é liberada apenas para pacientes com IMC igual ou maior que 40kg/m² e pode ser realizada em casos de IMC entre 35kg/m² e 40kg/m², desde que o paciente tenha comorbidades como, por exemplo, o diabetes. O IMC é calculado a partir da divisão do peso pela altura ao quadrado.
O preparo pré-operatório visa diminuir o risco para a cirurgia e otimizar a segurança e os resultados metabólicos e melhora de outras comorbidades. Problemas de saúde que o paciente já venha apresentando devem ser compensados da melhor forma possível com otimização das medidas necessárias como ajuste de doses de medicamentos, dieta específica, fisioterapia e preparo psicológico. Nessa fase, também é obrigatório o preenchimento do documento Consentimento Informado, no qual o paciente reconhece estar devidamente informado sobre os benefícios e riscos da cirurgia.
No pós-operatório, além do acompanhamento nutricional, o acompanhamento psicológico também é muito importante e deve ser sempre preventivo e educativo. É necessário considerar o aparecimento de novos fatores de estresse e ansiedade após a cirurgia. Além disso, o paciente pode criar expectativas que não serão atingidas e também em relação à velocidade de melhora.